Com 26 espécies catalogadas, Acre concentra quase 50% da fauna nacional de carrapatos

Além do mapeamento das espécies, os cientistas investigaram a presença de Rickettsia, grupo de bactérias responsável por doenças como a febre maculosa

Dados divulgados em um estudo feito por pesquisadores da Universidade Federal do Acre (Ufac), publicado em setembro deste ano, revelam que metade de todas as espécies de carrapatos já registradas no Brasil. Com os novos dados levantados, o país contabiliza atualmente 78 espécies, das quais 26 ocorrem em território acreano, o equivalente a 48% da fauna brasileira.

O levantamento percorreu diferentes municípios do Acre, entre os anos de 2018 e 2022 | Foto: Simone Tojal

No contexto global, esse número ultrapassa 940 espécies. Entre os achados, está o primeiro registro no Brasil da espécie Amblyomma crassum, antes conhecida apenas na Colômbia, além da identificação da Haemaphysalis juxtakochi no estado.

O levantamento percorreu diferentes municípios do Acre, entre os anos de 2018 e 2022, reunindo exemplares encontrados tanto no ambiente quanto em hospedeiros variados, como anfíbios, aves, répteis e mamíferos. Essa abordagem ampla permitiu observar relações ecológicas até então desconhecidas entre carrapatos e animais silvestres.

A pesquisa também contou com a parceria da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (USP).

Além do mapeamento das espécies, os cientistas investigaram a presença de Rickettsia, grupo de bactérias responsável por doenças como a febre maculosa, e registraram conexões inéditas entre carrapatos e aves, um elo pouco documentado até então.

Segundo a pesquisadora Simone Delgado Tojal, ao Portal Amazônia, os carrapatos, perdendo apenas para os mosquitos, estão entre os principais vetores de doenças que atingem humanos e animais. Entre as enfermidades associadas, estão a febre maculosa, erliquiose e babesiose.