A manhã deste domingo, 2 de novembro, foi marcada por um clima de fé, lembrança e tranquilidade nos cemitérios de Cruzeiro do Sul. Desde as primeiras horas do dia, famílias visitaram os túmulos de parentes e amigos para prestar homenagens no Dia de Finados, data dedicada à memória dos que já partiram.

A estimativa é de que cerca de 20 mil pessoas tenham passado pelos cemitérios ao longo do domingo. O movimento foi mais intenso no Cemitério Jardim da Paz, localizado na estrada Nova Olinda, enquanto no São João Batista, no Centro da cidade, a movimentação foi mais tranquila.
Nos dois locais, além das tradicionais flores e velas, havia comércio de produtos variados, como água, refrigerantes e até cerveja gelada, movimentando também o pequeno comércio local.
Entre os visitantes estava o aposentado Raimundo Lima dos Santos, de 63 anos, que realizou a limpeza do túmulo do pai, como faz todos os anos. “Quando ele era vivo, eu ia três, quatro vezes por dia na casa dele. Às vezes, no dia que eu não tinha muito tempo, eu ia uma vez. Aí, assim, a gente nunca esquece. Ele só tem eu de filho, enquanto eu estiver aqui na terra, eu estou fazendo essa limpeza e acendendo vela para ele”, contou emocionado.

No Cemitério Jardim da Paz, onde estão sepultadas as vítimas da COVID-19, do acidente aéreo da Rico em 2002 e o ex-governador Orleir Cameli, o fluxo de pessoas foi ainda maior. A moradora Cidalia Lima acendeu velas para o marido, falecido há 15 anos. “Eu acendo vela para ele aqui e em casa também”, disse.
O coordenador de Limpeza Urbana de Cruzeiro do Sul, Fábio Novo, informou que a prefeitura realizou manutenção e limpeza em 10 cemitérios da cidade e das vilas do município antes da data. Entre eles estão o Jardim da Paz, o São João Batista, o cemitério desativado do bairro Mohan e dois localizados na comunidade Passo Fundo, além dos que ficam na zona rural.

Em mensagem especial pelo Dia de Finados, o bispo da Diocese de Cruzeiro do Sul, Dom Flávio Giovenale, destacou a importância da reflexão sobre a vida.
“A vida é curta, mas não pode ser pequena. Nós não sabemos quantos anos vamos viver, se poucos ou muitos. Mas sabemos que cada dia tem que ser vivido intensamente, não simplesmente deixado passar. Que Deus abençoe os finados e abençoe a todos nós”, afirmou o bispo.
O clima de fé e respeito marcou o domingo em Cruzeiro do Sul, em um dos momentos mais simbólicos do calendário religioso, que une gerações na lembrança e no amor pelos que já se foram.
