A escritora Eliana Alves Cruz, autora de sucessos como Solitária e Água de Barrela, comentou sobre o uso de inteligência artificial na literatura. Vencedora do Prêmio Jabuti em 2022 com o livro A Vestida, ela fala sobre a regulação para o uso da ferramenta.
Participando da Feira Literária Internacional de Saquarema (FLIS), organizada pela Prefeitura de Saquarema, na Região dos Lagos do Rio de Janeiro, Eliana garantiu nunca ter usado a IA para escrever, o que não configura “juízo de valor”.
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A escritora Eliana Alves Cruz participa de uma feira literária em Saquarema, no Rio de Janeiro
Divulgação
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Ela lança um novo livro, chamado A Meridiana
Tomaz Silva/ Agência Brasil
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“Nunca utilizei IA para escrever. Ainda não entrou na minha rotina e credito a isso algo da falta de hábito mesmo, não vai aí nenhum juízo de valor. A inteligência artificial já tem um impacto”, iniciou.
“[A IA] Agiliza e facilita por um lado e, por outro, tem limites éticos no mínimo questionáveis. Acho que em breve precisaremos de alguma regulação, selos indicando o que foi e o que não foi feito com IA”, completou.
Por fim, Eliana diz ser “curioso” que o “mercado e capitalismo não considerem que haja quem escreve porque gosta, porque ama e tem prazer com isso, sem sentir necessidade de delegar tal atividade para uma ferramenta fora de si”.
Como podemos reagir? Resgatando em nós os propósitos que nos compelem a escrever. Isso máquina nenhuma copia.
Eliana Alves Cruz
Conheça Eliana Alves Cruz
Eliana Alves Cruz é um dos maiores talentos da literatura brasileira contemporânea. Além de vencer o Jabuti em 2022, ela foi indicada ao International Emmy Awards 2024, pelo roteiro da minissérie Anderson Spider Silva.
Agora, ela lança o livro Meridiana (ed. Companhia das Letras), um romance que narra dilemas e conquistas no processo de ascensão social de uma família negra durante três gerações.
Em Meridiana, Eliana constrói uma narrativa engenhosa sobre o processo de ascensão social de uma família negra. Cada personagem — a mãe, o pai, os filhos e a filha — conta a própria história em primeira pessoa. São testemunhos de uma travessia que nunca é igual para ninguém. Ao explorar a pluralidade de vozes, a autora alcança a complexidade que dá ao processo sua fisionomia particular.

