Uma comitiva de senadores aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro visitou na segunda-feira, 17, o Complexo Penitenciário da Papuda para avaliar as condições da ala onde o ex-chefe do Executivo pode cumprir a pena de 27 anos e três meses de prisão. Participaram da diligência Damares Alves (Republicanos-DF), Izalci Lucas (PL-DF), Márcio Bittar (União-AC) e Eduardo Girão (Novo-CE), todos integrantes da Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado.
Senadores fizeram uma visita técnica ao presídio/Foto: Reprodução
A visita foi acompanhada pela direção da unidade e incluiu a área destinada a detentos com 60 anos ou mais. Segundo os senadores, o objetivo foi verificar se há condições mínimas de segurança, higiene e atendimento médico para custodiados idosos ou com problemas de saúde, perfil no qual Bolsonaro se enquadra por causa das sequelas no sistema gastrointestinal desde a facada recebida em 2018.
De acordo com a comitiva, o ponto de maior preocupação é a capacidade de resposta do sistema penitenciário em casos de emergência. A avaliação preliminar é de que não há garantia de atendimento médico rápido em situações graves. “Encontramos situações que precisam ser analisadas com muito cuidado, especialmente no atendimento de emergência para idosos e pessoas com doenças graves, e isso será detalhado no relatório que a comissão vai apresentar”, afirmou Damares.
Os senadores informaram ainda que a diligência foi motivada por um relatório da Defensoria Pública do Distrito Federal, que aponta problemas estruturais, como superlotação, ventilação insuficiente, pouca oferta de itens básicos de higiene, falhas na alimentação e atendimento de saúde limitado. A CDH também colheu informações sobre a rotina operacional dos policiais penais responsáveis pela unidade.
Damares aguarda autorização do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, para acessar a cela específica onde Bolsonaro deve cumprir a pena. A comissão deve divulgar nesta terça-feira, 18, um relatório com as conclusões da visita.