Atual cenário do Rio Acre se assemelha ao de 2022, ano que antecedeu a terceira maior enchente já registrada

Tenente-coronel Cláudio Facão explica que oscilações recentes são naturais, mas lembra que condições parecidas resultaram na grande cheia de 2023; Defesa Civil segue em monitoramento

A Defesa Civil de Rio Branco mantém atenção redobrada ao comportamento do Rio Acre. Embora os níveis estejam muito abaixo das cotas de alerta e transbordamento, o Tenente-Coronel Cláudio Falcão, coordenador municipal da Defesa Civil, destaca que o cenário atual é semelhante ao observado no fim de 2022, período que antecedeu a terceira maior enchente da história, registrada em 2023.

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Tenente-coronel Cláudio Facão explica que oscilações recentes são naturais, mas lembra que condições parecidas resultaram na grande cheia de 2023; Defesa Civil segue em monitoramento/Foto: ContilNet

Segundo Falcão, as variações recentes são típicas da estação chuvosa e não representam risco imediato. “O nível do rio está muito dentro do esperado. Oscilou entre cinco metros, quatro e pouco, e agora já estamos abaixo de quatro. São variações naturais, e os níveis seguem dentro da média”, explicou.

Mesmo assim, ele alerta para o comportamento semelhante ao ciclo de 2022. “O cenário que vejo agora é muito parecido com o que aconteceu naquele ano. Tivemos muitas chuvas no final de 2022 e, infelizmente, em 2023 registramos a terceira maior enchente de todos os tempos. Não quer dizer que isso vai se repetir, mas o comportamento está parecido”, afirmou.

Falcão lembra ainda que, desde a segunda quinzena de outubro, a região está sob influência do fenômeno La Niña, que costuma aumentar o volume de chuvas. “Em Rio Branco tivemos 36% a mais de chuvas do que o esperado em outubro. Em novembro, apesar de não alcançarmos esse excesso, toda a bacia do Rio Acre permanece acima da média”, ressalta.

Os boletins divulgados pela Defesa Civil mostram que, entre 17 e 23 de novembro, o nível do Rio Acre variou entre 3,93m e 5,54m, números muito distantes da cota de alerta (13,50m) e da cota de transbordamento (14m). Mesmo com acumulados de chuva nos últimos dias, o rio voltou a baixar, indicando estabilidade.

Apesar disso, o Tenente-Coronel reforça que ainda é cedo para qualquer projeção concreta. “Precisamos aguardar o final de novembro e o início de dezembro para ter uma previsão mais precisa. Só depois desse período é possível avaliar qualquer risco de cheia para 2026”, explicou.