O Acre voltou a figurar entre os estados em alerta para a dengue, após registrar um salto expressivo nos casos da doença em 2025. De janeiro a outubro, já foram contabilizados mais de 8,5 mil casos prováveis, o que representa um aumento de 88% em comparação com o mesmo período de 2024, quando cerca de 4,5 mil ocorrências haviam sido notificadas.
Mesmo com ações reforçadas de combate ao mosquito Aedes aegypti, a Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre) confirmou quatro mortes este ano, número que acende um sinal de preocupação e motiva o reforço de medidas emergenciais em áreas consideradas de risco.
O governo também anunciou investimento de R$ 183,5 milhões no ciclo 2025/2026 para a ampliação de tecnologias voltadas ao controle do mosquito/Foto: Reprodução
Enquanto o Acre enfrenta crescimento nos registros, o restante do país apresenta tendência de queda. De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil contabilizou 1,6 milhão de casos prováveis de dengue em 2025, uma redução de 75% em relação a 2024. Apesar da melhora nacional, o órgão federal destaca que a vigilância deve permanecer constante, especialmente com as variações climáticas que favorecem a proliferação do vetor.
Nesta segunda-feira (3), o ministério lançou a campanha “Não dê chance para a dengue, zika e chikungunya”, que traz o lema “Contra o mosquito, todos do mesmo lado”. A ação nacional busca mobilizar a população e intensificar medidas preventivas antes do período de maior transmissão da doença.
O governo também anunciou investimento de R$ 183,5 milhões no ciclo 2025/2026 para a ampliação de tecnologias voltadas ao controle do mosquito. Entre as iniciativas estão o método Wolbachia, que reduz a capacidade de transmissão do Aedes aegypti, o uso de estações disseminadoras de larvicidas, a técnica do inseto estéril e a borrifação intradomiciliar de longa duração.
As ações ganham força com o “Dia D da Dengue”, programado para o próximo sábado (8), que mobilizará prefeituras e secretarias estaduais em todo o país. No Acre, estão previstos mutirões de limpeza, palestras educativas e visitas domiciliares com foco na eliminação de criadouros.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, reforçou a importância da prevenção. “Mesmo com a melhora no cenário nacional, não podemos baixar a guarda. As mudanças climáticas ampliam o risco de transmissão, inclusive em regiões onde o mosquito antes não existia”, alertou.
O governo aposta ainda na produção nacional da vacina contra a dengue, desenvolvida pelo Instituto Butantan, como um dos principais instrumentos para reduzir os casos nos próximos anos. O imunizante deve começar a ser distribuído em larga escala a partir de 2026.
