Vídeos registrados na segunda-feira (27) revelam o drama vivido por motoristas que se aventuram pela BR-364, especialmente no trecho do Tauari, entre os rios Gregório e Liberdade, no interior do Acre. As imagens mostram caminhoneiros enfrentando poças profundas e tentando drenar um enorme buraco alagado, enquanto empilham pedras retiradas da beira da estrada para tentar seguir viagem sem atolar.

A BR-364, vital para o transporte de alimentos, combustíveis e outros produtos essenciais ao Vale do Juruá, continua sendo um ponto crítico e motivo de reclamações: Foto/Reprodução
A situação, registrada por diferentes condutores, expõe a precariedade da principal rodovia que liga Rio Branco a Cruzeiro do Sul. O percurso de cerca de 635 quilômetros, que antes era vencido em menos de nove horas, hoje se transforma em uma verdadeira maratona: carros pequenos chegam a levar 16 horas, caminhonetes demoram cerca de 12, e as carretas, mais de um dia inteiro. Em casos extremos, como no transporte de caminhões-cegonha, o trajeto pode se estender por até dois dias.
O caminhoneiro Arlisson Rocha, que atua no transporte de veículos entre as duas cidades, compartilhou vídeos da viagem e relatou os prejuízos acumulados com os danos causados pela estrada.
“De Tarauacá a Cruzeiro do Sul são 230 quilômetros que eu levo oito horas para percorrer. Por semana, só de conserto de solda na carreta e mola, gasto de R$2.500 a R$3 mil. Na semana retrasada, a manutenção custou R$5 mil. As oficinas estão lotadas e, sem agendamento, a gente fica parado até dois dias esperando atendimento. E o pior: não dá pra repassar esse custo para o cliente”, afirmou.
Segundo Arlisson, muitas vezes é preciso contar com a sorte — e com a solidariedade de outros viajantes — para seguir viagem.
“Pra nossa sorte, veio uma caminhonete com um cara que tinha pego umas pedras da beira da estrada em Sena Madureira. Nós colocamos no buraco pra poder passar, porque, pra falar a verdade, tinha buraco que a água dava no joelho”, contou.
A BR-364, vital para o transporte de alimentos, combustíveis e outros produtos essenciais ao Vale do Juruá, continua sendo um ponto crítico e motivo de reclamações constantes de motoristas, caminhoneiros e empresas de transporte que dependem do trajeto diariamente.
