Vídeo mostra homem sendo espancado a ripadas por fazer vários furtos no Papoco; IMAGENS FORTES

Um homem ainda não identificado foi espancado e recebeu uma chamada “disciplina” imposta por uma organização criminosa, na manhã desta quinta-feira (30), na Rua Rui Barbosa, bairro Dom Giocondo, região conhecida popularmente como “Papoco”, em Rio Branco.

Segundo informações obtidas pela reportagem, o homem foi acusado de praticar vários furtos na área. Como é de conhecimento público, a organização criminosa que atua na região central de Rio Branco proíbe esse tipo de crime em seu território. Por esse motivo, ele foi cercado por, pelo menos, dez pessoas que, munidas de ripas, aplicaram a “disciplina”. O homem ainda tentou fugir, mas foi alcançado e continuou sendo agredido.

Após alguns minutos de espancamento, a vítima resolveu indicar onde estavam os objetos furtados e levou os membros da facção até o local.

A região do Papoco é considerada uma das mais problemáticas de Rio Branco, por estar localizada às margens do Rio Acre, o que dificulta a atuação das forças de segurança e a realização de prisões. Frequentemente, criminosos furtam ou roubam trabalhadores e se escondem na área.

Recentemente, três motoristas de aplicativo foram vítimas de assaltos na capital, e os criminosos abandonaram uma motocicleta próximo à descida do Papoco, fugindo para uma área de mata. Durante uma operação policial na região, moradores chegaram a denunciar suposta “perseguição por parte da Polícia Militar” e, em alguns casos, chegaram a esconder criminosos.

Há discussões sobre a retirada dos moradores da área conhecida como Papoco, apelidada por parte das forças de segurança e da sociedade como a “Cracolândia de Rio Branco”, por abrigar cerca de 90% dos usuários de entorpecentes da região central da cidade. Além do consumo, o local é conhecido pela intensa venda de drogas, caracterizando o tráfico.

O Papoco existe há pelo menos 40 anos, sempre marcado pela presença de traficantes e usuários. Nos últimos anos, a situação se agravou com o aumento do número de dependentes químicos e a chegada de drogas mais pesadas ao mercado local.

As forças de segurança têm realizado diversas operações na área, mas, devido às características do terreno, pouco material ilícito costuma ser apreendido.

O homem agredido não foi identificado e, até o momento, não recebeu atendimento médico. A Polícia Militar e a Polícia Civil não foram acionadas para atender a ocorrência.