Cenas de horror e desespero marcaram a madrugada desta quarta-feira (29/10) nos complexos do Alemão e da Penha, na zona norte do Rio de Janeiro, após a megaoperação policial que deixou pelo menos 64 mortos — entre eles, quatro policiais — e 81 presos.
Imagens que circulam nas redes sociais mostram moradores recolhendo corpos pelas ruas, cobrindo-os com lençóis e panos, em meio aos destroços deixados pelo intenso confronto. Em um dos registros mais chocantes, um carro aparece abarrotado de cadáveres, sendo usado para transportar as vítimas até uma praça da região.
Foto: Tercio Teixeira/Especial Metrópoles
50 corpos reunidos em praça
De acordo com informações preliminares, 50 corpos foram enfileirados na Praça São Lucas, na Estrada José Rucas, uma das principais vias da Penha, durante a madrugada. Moradores afirmam que ainda há corpos no alto do morro, aguardando remoção.
Em nota, a Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ) confirmou ter tomado conhecimento da presença dos cadáveres na praça e informou que as circunstâncias estão sendo apuradas.
A maior parte das mortes ocorreu na área de mata da Vacaria, na Serra da Misericórdia, onde se concentraram os confrontos entre as forças de segurança e integrantes do Comando Vermelho (CV).
A operação mais letal da história do Rio
Batizada de Operação Contenção, a ação mobilizou 2,5 mil agentes das polícias Civil e Militar, além de unidades especiais, com o objetivo de conter o avanço territorial do CV e desarticular sua base logística na região.
Segundo o governo estadual, trata-se da operação policial mais letal já registrada no estado. O Palácio Guanabara afirmou que a ação visava capturar os principais chefes da facção e destruir a estrutura usada para tráfico de drogas, armas e roubos de cargas.
Madrugada de terror
Relatos de moradores descrevem uma noite de pânico, com helicópteros sobrevoando as comunidades e blindados avançando pelos becos e vielas. O som de tiros e explosões se estendeu até o amanhecer, especialmente nas regiões da Grota, Fazendinha e Vila Cruzeiro.
Apesar do cerco, parte dos criminosos conseguiu escapar por rotas alternativas, utilizando túneis e passagens camufladas entre casas e muros — estratégia semelhante à utilizada na histórica invasão ao Alemão em 2010.
Fonte: Metrópoles, O Globo, Agência Brasil, G1
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