Um “observatório de investigações” foi criado na Seccional do Rio de Janeiro Ordem dos Advogados do Brasil, para acompanhar a apuração sobre o cumprimento da lei pelas policias civil e militar durante a Operação Contenção, realizada nos complexos do Alemão e da Penha, na última terça-feira (28). A operação foi a mais letal da história do estado.

“É dever da ordem zelar pela legalidade, pela transparência e pela segurança em ações desta natureza”, afirmou, em nota à imprensa, a presidente da OAB-RJ, Ana Tereza Basilio.
O observatório será presidido pelo advogado Rafael Borges, secretário-geral da OAB-RJ, e terá como vice-presidente a advogada Luciana Pires, vice-diretora de Assuntos Legislativos da seccional. Segundo o comunicado, o observatório quer contribuir com o aperfeiçoamento dos protocolos de segurança do Estado, reduzir a letalidade e conter a ação de grupos criminosos,
A Operação Contenção mobilizou efetivo de 2,5 mil policiais e, segundo o governo, resultou na morte de 121 pessoas – quatro dessas eram policiais. A quantidade de mortes é maior do que o número de pessoas presas (113) e de armas apreendidas (118).
Segundo o governo do Rio de Janeiro, o objetivo da operação era conter o avanço do Comando Vermelho nos complexos da Penha e do Alemão, cumprindo 180 mandados de busca e apreensão e 100 mandados de prisão.
Nesta sexta-feira, a Polícia Civil divulgou a lista parcial de pessoas mortas já identificadas, com 99 nomes. A polícia informou que 78 mortos tinham histórico criminal, e 21, não. Além disso, segundo o balanço divulgado pelas autoridades fluminenses, havia mandados de prisão em aberto contra 42, menos que a metade dos 99 identificados. Conforme notícia veiculada pelo jornal O Globo, nenhuma dessas pessoas havia sido denunciada à Justiça pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro. A Agência Brasil solicitou confirmação do MP estadual.
