Modelo computacional mostra como fragmentos de plástico flutuante se degradam e viajam da superfície ao fundo do mar por mais de um século

Imagem: New Africa/Shutterstock

Quando pensamos em poluição plástica, é comum imaginar garrafas e sacolas flutuando nas ondas. Mas a realidade é mais complexa.

Pesquisas recentes da Queen Mary University of London, do Reino Unido, mostram que, mesmo se todo o plástico fosse removido hoje, fragmentos flutuantes continuariam a poluir a superfície do oceano por mais de um século.

Esses pedaços se decompõem lentamente, liberando microplásticos que afundam, criando uma espécie de “esteira transportadora natural” entre a superfície e o fundo do mar, explica Kate Spencer, professora de Geoquímica Ambiental.

Tartaruga nada em mar coberto por plástico
Microplásticos podem afetar ecossistemas e até o armazenamento de carbono no oceano – Imagem: Marti Bug Catcher/Shutterstock

Como os microplásticos desaparecem da superfície

  • Grandes itens plásticos, como embalagens e equipamentos de pesca, podem flutuar por anos antes de se fragmentarem.
  • Pequenos pedaços eventualmente se fixam na “neve marinha” – partículas orgânicas em suspensão que afundam lentamente, levando os microplásticos para as profundezas.
  • “Após 100 anos, cerca de 10% do plástico original ainda pode ser encontrado na superfície do oceano”, afirma Spencer.
  • O modelo desenvolvido pela equipe simula a degradação e o afundamento, ajudando a explicar o mistério do “plástico desaparecido”.

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Uma garrafa de plástico boiando no mar
Plástico oceânico pode persistir por mais de 100 anos, alerta estudo – Imagem: chaiyapruek youprasert/Shutterstock

Impactos preocupantes

Além de explicar a persistência do plástico, a pesquisa alerta sobre possíveis impactos da sobrecarga na bomba biológica do oceano, que transporta carbono e nutrientes.

“Se muitos microplásticos se fixarem na neve marinha, podem interferir na eficiência do armazenamento de carbono e afetar ecossistemas e clima”, acrescenta Spencer.

A solução, segundo os cientistas, não está apenas em limpezas superficiais, mas em políticas que reduzam produção, uso e descarte de plástico, além de monitorar como ele se move pelo oceano – garantindo que o legado que deixamos seja menos prejudicial para futuras gerações.

plástico, combustível, avião
Pesquisadora pede por ações urgentes para mitigar a poluição de plástico nos oceanos – Imagem: chaiyapruek /Shutterstockyouprasert

O texto original sobre o assunto foi publicado no The Conversation.

Leandro Costa Criscuolo

Colaboração para o Olhar Digital

Leandro Criscuolo é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Já atuou como copywriter, analista de marketing digital e gestor de redes sociais. Atualmente, escreve para o Olhar Digital.

Layse Ventura

Editor(a) SEO

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Layse Ventura é jornalista (Uerj), mestre em Engenharia e Gestão do Conhecimento (Ufsc) e pós-graduada em BI (Conquer). Acumula quase 20 anos de experiência como repórter, copywriter e SEO.