Durante a tribuna popular realizada nesta quinta-feira (30) na Câmara de Rio Branco, moradores da comunidade Papoco voltaram a protestar contra a remoção de famílias para o bairro Rosalinda, no Segundo Distrito. O encontro foi solicitado pelo vereador Fábio Araújo (MDB) e contou com a presença de representantes da comunidade, que pediram o apoio dos parlamentares para impedir a transferência.

Eduardo Nonato, morador da comunidade, em fala na tribuna demonstrou preocupação com a segurança das famílias se forem levadas para regiões mais afastadas, como a Cidade do Povo/Foto: ContilNet
Eduardo Nonato, morador da comunidade, em fala na tribuna demonstrou preocupação com a segurança das famílias se forem levadas para regiões mais afastadas, como a Cidade do Povo. E afirmou que caso tenha a realocação, pode ocorrer uma “carnificina” em razão de conflito de facções.
“O maior medo da nossa comunidade é ser deslocado para os bairros como Cidade do Povo. Sabemos das realidades de facções. A facção que está ali no Papoco é diferente da que domina o bairro para onde querem mandar a gente. No primeiro dia haverá uma carnificina pior que houve no Rio de Janeiro, porque é assim que vai ser, vão tomar as casas da gente, vão matar o que tiver pra matar”, alertou.
Nonato criticou ainda a versão divulgada pela prefeitura. “Não é verdade que a população quer sair e também não é verdade que 95% da população concordou com essa retirada”, afirmou.
Segundo ele, os moradores foram surpreendidos com a informação de que teriam apenas três meses para deixar suas casas.
“Aí veio a notícia, nós, moradores, que iríamos ser retirados em três meses, que iam chegar e tirar todas as famílias dali. A população ficou agoniada, com medo. Todo mundo estuda ali perto, trabalha na parte central”, relatou.
O morador disse ainda que muitas famílias já perderam casas em programas de habitação e que a comunidade está assustada. “Eles estão lá abandonados na Cidade do Povo. Várias famílias já perderam suas casas porque não têm atenção. Então a população está agoniada”, acrescentou.