Metade dos deputados da Alerj estaria ligada a esquemas de corrupção, diz investigação

Investigação busca desarticular esquemas que se estendem do Legislativo ao Judiciário

A Polícia Federal está cruzando informações obtidas nas investigações do assassinato da vereadora Marielle Franco com processos paralisados ou “esquecidos” na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). O objetivo é mapear um suposto esquema criminoso que, segundo investigadores, atua para proteger interesses econômicos e intimidar adversários políticos.

Investigação busca desarticular esquemas que se estendem do Legislativo ao Judiciário/Foto: Reprodução

De acordo com agentes que participam da apuração, há indícios de que organizações criminosas se expandiram a partir da Alerj, alcançando órgãos do governo estadual, municipal e até setores do Judiciário. “Está tudo muito ramificado, por isso, não há interesse em nenhuma das pontas para que as investigações avancem”, disse um dos policiais. Outro investigador acrescentou: “O que temos visto é que há muito, mas muito dinheiro em jogo, com corrupção disseminada.”

As autoridades acreditam que a análise cruzada dos dados pode levar à desarticulação de parte dos esquemas que afetam diretamente a administração pública fluminense. Segundo a PF, o trabalho depende também de um esforço conjunto do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Ministério da Justiça para alcançar agentes públicos que teriam se aliado ao crime organizado.

“Sabemos que não será possível acabar com todos os esquemas, mas temos condições de chegar a algumas cabeças coroadas dessas organizações”, afirmou um terceiro policial envolvido na investigação.