O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) intensificou as ações de fiscalização em Cruzeiro do Sul e outros municípios do Vale do Juruá, em resposta ao aumento dos focos de queimadas e do desmatamento registrados nas últimas semanas. As ações fazem parte da Operação Guardiões da Amazônia, que conta com apoio da Polícia Federal, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e do Exército Brasileiro.
De acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o Acre registrou mais de 1.200 focos de calor desde o início de outubro. Os municípios de Cruzeiro do Sul, Tarauacá e Feijó concentram a maior parte das ocorrências. Para conter o avanço do fogo e das derrubadas ilegais, as equipes têm realizado sobrevoos, vistorias em campo e bloqueios fluviais em áreas de preservação e reservas extrativistas.
Segundo o superintendente do Ibama no Acre, as ações têm como objetivo identificar e responsabilizar os autores de queimadas criminosas e ocupações irregulares, que causam prejuízos ambientais e impactam a saúde da população local.
“Estamos reforçando a presença do Estado na região para combater os crimes ambientais e proteger as comunidades tradicionais que dependem diretamente da floresta”, afirmou o superintendente.
Durante a operação, foram apreendidos maquinários, motosserras e caminhões utilizados na derrubada ilegal da vegetação. As multas aplicadas já ultrapassam R$ 2 milhões. Em algumas localidades, os agentes também estão promovendo ações educativas voltadas a moradores e produtores rurais, com foco em práticas sustentáveis de manejo e uso do solo.
O Vale do Juruá, que abriga algumas das áreas mais preservadas da Amazônia, enfrenta desafios históricos relacionados ao desmatamento e à ocupação irregular. A presença de extensos rios e a limitação do acesso terrestre tornam a fiscalização mais complexa, exigindo o uso de drones e apoio aéreo para o monitoramento.
O Ibama informou que as fiscalizações devem continuar até o fim do período de estiagem, com novas ações previstas em Terras Indígenas, Unidades de Conservação e margens do Rio Juruá.