Springsteen: Salve-me do Desconhecido estreia nos cinemas nesta quinta-feira (29/10) e traz um recorte nebuloso sobre a vida de Bruce Springsteen=. A cinebiografia conta com uma atuação forte do protagonista Jeremy Allen White, estrela de The Bear, mas não é feita para agradar a todos.
Produzido inicialmente para fãs do artista, o filme foca em um período específico da vida e da carreira dele tornando-se uma produção sobre a depressão. O enredo foca bastante no auge de Bruce Springsteen e mostra como ele sofreu com o transtorno mental, mesmo sendo amado por um país inteiro.
Situado nos anos 1980, com o álbum The River no topo das paradas nos Estados Unidos, o longa-metragem é baseado no diferente e contestado processo de produção do disco Nebraska.


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Springsteen: Salve-me do Desconhecido
Divulgação/20th Century Fox

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Bruce Springsteen e Jeremy Allen White na estreia do filme nos EUA
Michael Buckner/Variety via Getty Images

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Springsteen: Salve-me do Desconhecido
Macall Polay / 20th Century Studios
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Embora tenha o clichê de redenção, o filme também é capaz de emocionar e trazer lições: sejam elas sobre a depressão, sobre a condução de carreira ou sobre as relações afetivas ao longo da vida.
Os fãs, que curtem a carreira de Bruce Springsteen, ficarão envolvidos com a narrativa da construção do álbum acústico, que foi captado de forma amadora pelo cantor e lançado sem divulgação após enfrentar a resistência da gravadora.
Melancólico
Porém, para quem busca conhecer a história do artista ou apenas quer ver um filme biográfico, o recorte não é muito animador. A escuridão presente no filme, unida com a trilha sonora acertada e os tons frios recorrentes na produção, traz um vazio melancólico que não deve cativar todos os públicos.
A parte dedicada à doença psiquiátrica do astro realmente se destaca na produção, sendo algo resgatado desde a infância até o presente no filme por meio de flashbacks. É perceptível como a depressão afeta a relação de Springsteen com a família, com possíveis romances e leva o artista para um caminho obscuro de carreira.
Apesar disso, outros pontos do caráter do artista também são abordados com veemência. O fato de Springsteen ter insistido, no auge da carreira, na autenticidade de um projeto que parecia falido, mostra a convicção e persistência do artista em fazer o que acredita para buscar o sucesso.
O lado mais musical do filme é bastante interessante, com reproduções próximas da realidade de como funciona a montagem e as gravações de singles que vieram a se tornar hits atemporais do cantor. White se destaca ao cantar bem alguns dos hits de astro norte-americano.
Premiações a vista?
Dentro de todo esse enredo quase monotemático sobre Springsteen, temos também a figura do Jon Landau, o empresário e produtor do cantor. Interpretado por Jeremy Strong, ator que brilhou em Succession, o personagem tem um papel fundamental para fazer a trama funcionar.
Strong, ao lado de White, carrega o filme do início ao fim. É bem possível que os dois sejam indicados em premiações futuras de cinema pelo desempenho em Springsteen: Salve-me do Desconhecido.
