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Despacho de bagagem de 23kg pode voltar a ser gratuito; entenda

Despacho de bagagem de 23kg pode voltar a ser gratuito; entenda

O Senado vai avaliar um projeto de lei que retoma a gratuidade do despacho de bagagem de até 23 kg em voos nacionais ou internacionais. O texto, aprovado nesta terça-feira (28) pela Câmara dos Deputados, também garante a isenção de malas de bordo de até 12kg, além de um item pessoal debaixo do assento.

Os deputados argumentam que a cobrança autorizada em 2017 pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) não gerou diminuição do preço da passagem, apesar de as companhias aéreas terem faturado cerca de R$ 5 bilhões até 2024 com a taxa. Naquela época, entidades de defesa do cidadão criticaram a medida por prejudicar consumidores.

Inicialmente, o projeto previa a gratuidade inclusive em voos internacionais de uma mala de bordo, mas a possibilidade de cobrança nesses trechos internacionais foi mantida em razão da competitividade das companhias de baixo custo.

bagagem aviao
Cobrança extra por bagagem despachada foi autorizada pela Anac em 2017 (Imagem: Chalabala/iStock)

Outro procedimento comum já adotado pelas companhias também passará a figurar no Código Brasileiro de Aeronáutica. É o caso da bagagem de bordo que não puder ser acomodada no bagageiro da cabine por restrição de segurança ou de capacidade. Nessa situação, o despacho será gratuito.

Reação

O assunto foi retomado no Congresso após a companhia aérea Gol anunciar uma nova tarifa, Basic, que não inclui o transporte gratuito de mala de cabine em voos internacionais — apenas uma mochila de até 10kg. A mudança entrou em vigor em 14 de outubro, e não se aplica a passagens compradas antes dessa data. Para voos domésticos, nada mudou.

A prática também é adotada pela Latam desde outubro do ano passado. A tarifa Basic está disponível para voos internacionais curtos para Argentina, Chile, Paraguai, Uruguai e Peru, sem incluir bagagem de mão. Nesse caso, está inclusa uma mala de até 10 kg, com dimensões de 45 cm (altura) x 35 cm (comprimento) x 20 cm (largura).

Tema voltou ao Congresso após Gol anunciar pacote sem bagagem de mão gratuita (Imagem: Fabricio Rezende/iStock)

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No projeto aprovado na Câmara, as empresas aéreas também ficarão proibidas de cancelar o trecho de volta previsto na compra se o passageiro não comparecer ao embarque para o trecho de ida (conhecido como “no show”), exceto se houver autorização expressa do cliente.

Além disso, o texto proíbe as companhias de cobrarem adicional pela marcação de assento padrão em voos domésticos e internacionais operados em território nacional. O assento padrão é aquele que não faz parte de espaços reservados para poltronas com maior conforto para as pernas (saída de emergência, por exemplo) ou em cabines premium. A marcação gratuita do assento padrão poderá ocorrer no momento do check-in ou antes.

Latam também adota modelo sem bagagem de mão gratuita para voos internacionais curtos (Imagem: Matheus Obst/iStock)

Para passageiros que precisarem de assistência especial, a companhia aérea deverá ceder, sem custos ao passageiro, até dois assentos adicionais se indispensáveis, além de equipamentos médicos necessários.

Quanto às penalizações de passageiros que cometerem atos gravíssimos de indisciplina a bordo das aeronaves, ainda pendente de regulamentação, o texto muda trecho do Código Brasileiro de Aeronáutica para especificar que a companhia poderá deixar de transportar, por 12 meses, o passageiro penalizado. Atualmente, a restrição se refere à venda de passagens, por esse período, para quem tiver praticado esses atos.

Outra mudança estabelece que passará a ser obrigatório o compartilhamento entre as companhias de dados de identificação do passageiro que tenha praticado ato gravíssimo de indisciplina.

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