Em 31 de outubro de 2000, a humanidade mudou para sempre sua relação com a Terra. Naquele dia, pela última vez, todos os seres humanos estavam no planeta. Desde então, graças à ocupação contínua da Estação Espacial Internacional (ISS), sempre houve pelo menos uma pessoa vivendo fora da Terra. O marco resultou do lançamento da missão Soyuz que levou a primeira tripulação permanente para o laboratório orbital, inaugurando uma era de presença humana contínua no espaço.
Uma data que marcou a história da Terra
Na data histórica, uma nave Soyuz partiu de Baikonur, no Cazaquistão, levando Bill Shepherd, da NASA, e os cosmonautas Sergei Krikalev e Yuri Gidzenko, da Roscosmos. Dois dias depois, a tripulação chegou à ISS, que ainda contava apenas com os módulos Zarya e Unity. A partir daquele momento, a Terra nunca mais foi habitada por todos os humanos.

Desde novembro de 2000, pessoas vivem continuamente a cerca de 400 km de altitude, orbitando o planeta a cada 90 minutos. Em quase 25 anos, a ISS tornou-se uma infraestrutura científica essencial e um símbolo de cooperação entre NASA, Roscosmos, ESA, JAXA e CSA.
A ISS e seu legado orbital
Ao longo de um quarto de século, a Estação Espacial cresceu e consolidou sua relevância científica. Hoje, o laboratório orbital possui volume habitável comparável ao de uma casa de seis quartos e pode receber até oito espaçonaves ao mesmo tempo. Em média, sete astronautas vivem no espaço simultaneamente.

A estação também serve como plataforma para pesquisas em microgravidade, com cerca de 3 mil experimentos realizados por mais de 108 países. As áreas de estudo variam de física e biologia a saúde humana em condições espaciais.
Principais números da ISS:
- 24 anos de presença humana contínua
- Mais de 3 mil pesquisas conduzidas
- Colaboração entre cinco agências espaciais
- Aproximadamente sete tripulantes em média
- Orbita a Terra a cerca de 28 mil km/h
Mudança de liderança no espaço
Com sinais de envelhecimento e problemas estruturais, como vazamentos de ar, a ISS deve ser desativada em 2030. A NASA pretende migrar para estações espaciais comerciais e atuar como cliente, e não como operadora principal. Projetos como Axiom Station, Orbital Reef (Blue Origin) e Starlab (Voyager Space e Airbus) têm o objetivo de suceder a plataforma atual.

Caso essas estruturas privadas não estejam prontas a tempo, a continuidade da presença humana fora da Terra será mantida pela China. Banida da ISS, a China construiu a estação Tiangong, habitada desde 2022 e com planos de expansão para seis módulos. O país também já atrai cooperação internacional, incluindo o envio de astronautas estrangeiros.
O avanço chinês ocorre enquanto os Estados Unidos concentram parte de seus esforços em missões para a Lua e Marte e buscam mitigar riscos crescentes na órbita terrestre baixa, especialmente o aumento de detritos espaciais.
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Após quase 25 anos, a permanência humana além da Terra tornou-se realidade. O futuro, porém, exigirá inovação tecnológica, novas parcerias e estratégias para garantir segurança e continuidade dessa presença histórica.
 
			         
			         
								