O que começou como uma investigação sobre homicídios e tráfico de armas revelou um novo e preocupante braço de atuação do Comando Vermelho (CV) no Ceará: o comércio clandestino de medicamentos controlados.
Nesta quinta-feira (16/10), a Polícia Civil do Ceará deflagrou a Operação Humanidade Eterna, que resultou em 30 prisões e na apreensão de cerca de 200 caixas de remédios — muitos de origem duvidosa e proibidos para venda sem prescrição médica.

Material cedido ao Metrópoles
💊 Venda ilegal e alvos em todo o estado
De acordo com as investigações, os medicamentos eram vendidos em feiras livres e farmácias do interior, especialmente nas cidades de Fortaleza, Caucaia e Aquiraz.
Um dos presos é proprietário de uma farmácia onde a polícia encontrou remédios controlados e quantias em dinheiro.
Entre os produtos apreendidos estão tarja preta, amoxicilina, ibuprofeno, remédios abortivos e psicotrópicos.
Os investigadores estimam que apenas os medicamentos voltados para o tratamento de TDAH, como os à base de metilfenidato, totalizam cerca de R$ 50 mil em valor de mercado.
“Eles vendiam de tudo, desde antibióticos até psicotrópicos potentes. O comércio ilegal estava bem estruturado”, afirmou um dos investigadores.
🚨 Interceptações e prisões
As apurações começaram em 2024, após a análise de celulares apreendidos de criminosos ligados à facção.
Interceptações telefônicas autorizadas pela Justiça — inicialmente voltadas ao tráfico de armas e homicídios — revelaram um esquema de distribuição e venda de medicamentos sem registro ou controle sanitário.
Dos 30 presos, 25 foram detidos por mandados judiciais e cinco já estavam presos por outros crimes.
A operação mobilizou mais de 200 policiais e teve abrangência estadual, com mandados cumpridos em Fortaleza, Caucaia, Taíba, Icapuí, Aracati, Beberibe e São Gonçalo do Amarante.
⚖️ Risco à saúde e próximos passos
A Polícia Civil alerta que o uso de medicamentos adquiridos ilegalmente representa alto risco à saúde pública, podendo causar intoxicações graves, dependência e até mortes.
As investigações continuam para identificar outros pontos de distribuição e rastrear o lucro da facção com o esquema.
Fonte: Polícia Civil do Ceará / Metrópoles
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