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O governo do presidente Donald Trump pressionou o Facebook a remover um grupo que rastreava a localização de agentes do Serviço de Imigração e Controle de Alfândega dos Estados Unidos (ICE, na sigla em inglês) em Chicago. Segundo a procuradora-geral Pam Bondi, a rede social atendeu ao pedido após uma “intervenção” do Departamento de Justiça (DOJ). As informações são do portal Ars Technica.
O grupo em questão, chamado “ICE Sighting-Chicagoland”, contava com mais de 84 mil membros e era utilizado para alertar comunidades sobre a presença de agentes federais em áreas públicas, como escolas e mercados. De acordo com o jornal Chicago Sun-Times, a página vinha sendo usada especialmente durante a “Operation Midway Blitz”, parte da campanha de deportações intensificada por Trump.
Facebook remove grupo após contato do Departamento de Justiça
A procuradora-geral Pam Bondi afirmou em uma publicação na plataforma X (antigo Twitter) que o Facebook removeu a página “após contato do Departamento de Justiça”. Ela alegou que “uma onda de violência contra agentes do ICE tem sido impulsionada por aplicativos e campanhas online que colocam os oficiais em risco apenas por fazerem seu trabalho”.
Em resposta, a Meta, empresa controladora do Facebook, declarou que a remoção ocorreu por violação de suas políticas contra “danos coordenados”. A companhia citou sua diretriz que proíbe “expor o status secreto de agentes da lei, militares ou pessoal de segurança”. O comunicado foi assinado por Francis Brennan, ex-assessor de campanha de Trump e atual gerente de relações públicas da Meta.
A ação da empresa ocorreu após a ativista Laura Loomer ter denunciado o grupo e solicitado que o DOJ pressionasse o Facebook. “Fantástica notícia. Fontes do DOJ me informaram que contataram executivos da Meta pedindo a remoção das páginas que rastreavam o ICE”, escreveu Loomer.
Trump intensifica medidas contra plataformas e critica “censura”
O episódio reflete o novo posicionamento do governo Trump em relação às redes sociais. Desde o retorno ao cargo, o presidente vem acusando a antiga administração Biden de “censurar” conteúdos online. Em uma ordem executiva assinada em seu primeiro dia de governo, Trump declarou o fim da “censura federal” e acusou o governo anterior de “coagir empresas de tecnologia a remover postagens e desativar contas que discordavam da linha oficial”.
Além do Facebook, o governo também pressionou Apple e Google a removerem aplicativos que permitiam rastrear agentes do ICE. A Apple retirou do ar o ICEBlock, app que mostrava a localização de agentes em tempo real, enquanto o Google excluiu ferramentas semelhantes da Play Store.

Segundo o Departamento de Segurança Interna (DHS), Chicago foi um dos principais focos da nova política migratória de Trump, com a Operação Midway Blitz lançada em setembro para capturar “imigrantes ilegais com histórico criminal”.
No entanto, o tema divide opiniões. O governo alegou que houve um aumento de “mais de 1.000% nos ataques contra agentes do ICE” desde janeiro de 2025, embora não tenha apresentado provas públicas — algo questionado por veículos como a NPR.
Entre os incidentes mais recentes, está o caso de Silverio Villegas Gonzalez, morto por um agente do ICE em um subúrbio de Chicago. O DHS afirmou que ele tentou atropelar oficiais, mas o Chicago Tribune reportou que Gonzalez vivia nos EUA há 18 anos e não possuía histórico criminal.
As principais ações da administração Trump contra plataformas digitais
Desde janeiro de 2025, o governo Trump tem adotado uma série de medidas para ampliar o controle sobre o conteúdo publicado nas redes:
- Pressão sobre Facebook e Meta para remover grupos considerados hostis ao ICE;
- Exigência à Apple e ao Google para excluir aplicativos de rastreamento de agentes;
- Encerramento do programa de checagem de fatos de terceiros no Facebook, anunciado por Mark Zuckerberg;
- Proposta de lei apresentada por Ted Cruz para impedir que o governo pressione empresas a remover conteúdo online.
Essas ações mostram uma mudança de estratégia em relação ao uso das redes sociais: enquanto Trump e aliados dizem combater riscos à segurança nacional, críticos apontam preocupações sobre liberdade de expressão e controle governamental sobre o ambiente digital.
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