Ao contrair um resfriado, ou ter uma crise de rinite, além da tosse, é muito comum que surja o espirro – que acaba funcionando como uma estratégia do corpo que traz uma pronta resposta para expulsar qualquer substância estranha do organismo. Mas por que exatamente nós espirramos?
Mesmo que espirrar esteja diretamente associado a algumas doenças, não é preciso estar com alguma enfermidade para espirrar. Às vezes, o contato com a poeira, a poluição urbana, pelos de animais ou mesmo uma fragrância mais intensa de um perfume pode irritar as mucosas nasais.
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Por que nós espirramos?
Uma das funções do nariz é agir como um filtro, ou seja, entre as suas responsabilidades está a de fazer a assepsia do ar inalado para que ele chegue o mais limpo possível até os pulmões.
Neste processo, a maioria das partículas de sujeira ficam presas no muco, líquido gelatinoso que tem exatamente a função de ser uma barreira contra esses minúsculos invasores. Posteriormente, outro órgão entra em cena, esse muco vai ser digerido pelo estômago.
No entanto, algumas dessas partículas podem irritar os receptores que ficam localizados nas mucosas da cavidade nasal e da garganta nesse momento de filtragem, e o corpo precisa responder com um movimento involuntário das vias respiratórias para expulsar essa substância estranha do organismo – por isso nós espirramos.
Olhando esse processo mais a fundo, o nervo trigêmeo, responsável pelo controle motor da face, identifica essa irritação e envia um comando ao cérebro de que algo não está bem. Com isso, os músculos do abdômen e das costas se contraem, fazendo uma expulsão rápida de ar que pode chegar a 100 quilômetros por hora.
Em artigo divulgado pela publicação científica Frontiers, pesquisadores chineses estudaram esse mecanismo do corpo e chegaram a algumas conclusões interessantes.
Um único espirro pode liberar até 40 mil gotículas carregadas de vírus. Essas gotículas por sua vez podem passear pelo ar atingindo distâncias de 7 a 8 metros do ponto inicial e podem permanecer suspensas no ar por até 10 minutos. Ou seja, colocar a mão na boca ao espirrar é mais do que um sinal de educação, é um ato em favor da saúde pública.
Além das causas já citadas, nós espirramos por motivos menos comuns. Nesse mesmo estudo, os pesquisadores descobriram que os indivíduos apresentam sensibilidades variadas ao reflexo do espirro. Para se ter uma ideia, algumas pessoas podem apresentar uma resposta de espirro quando expostos à luz forte. Este fenômeno é conhecido como reflexo de espirro fotoinduzido.
Além disso, nós espirramos também por causa de desencadeantes menos óbvios como a inalação de certos medicamentos, uso de drogas inalantes ou de cigarro (que é conhecido por irritar as vias respiratórias) e a inalação de ar muito frio (seja durante o inverno ou estando num ambiente com ar-condicionado em baixas temperaturas). Traumas ou lesões no nariz também podem causar espirros constantes.
O espirro não tem cura até porque não é uma doença, mas sim um sintoma ou mesmo uma resposta do organismo para expulsar componentes irritantes e alérgenos. É certo que nós espirramos vez ou outra, mas caso seja uma constante é importante procurar um médico de confiança para investigar a causa.
