Exclusão da matemática reflete a visão prática de Alfred Nobel, voltada as descobertas com impacto tangível na humanidade
Outubro marca a temporada dos Prêmios Nobel, que celebram conquistas em física, química, medicina, literatura, paz e economia.
No entanto, uma disciplina notoriamente ausente é a matemática – e o motivo não tem nada a ver com ciúmes amorosos, como sugere a famosa lenda sobre Alfred Nobel e o matemático Gösta Mittag-Leffler. A razão é mais simples e reflete a visão prática de Nobel, como explica o IFLScience.

Prêmio ignorou áreas consideradas teóricas
- Químico e inventor da dinamite, ele acreditava que a ciência deveria gerar benefícios concretos para a humanidade.
- Em seu testamento, Nobel determinou prêmios voltados a descobertas aplicadas – como avanços científicos, médicos e tecnológicos –, deixando de fora áreas consideradas teóricas, como a matemática.
- O prêmio de Economia, por exemplo, só foi criado em 1969 pelo Banco Central da Suécia, décadas após sua morte.
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Visão de Alfred Nobel sobre a matemática
Nobel via a matemática como excessivamente abstrata, sem aplicação direta ao progresso material. Essa tendência se mantém até hoje: prêmios científicos costumam reconhecer experimentos e invenções tangíveis, como o tunelamento quântico e o aprendizado de máquina, em vez de teorias puras.
Além da matemática, outras áreas, como engenharia e ciências ambientais, também não têm categoria própria – embora muitas vezes sejam reconhecidas indiretamente pelos avanços que inspiram em física ou medicina.
Mesmo sem Nobel, os matemáticos têm seus próprios “Nobeis”: a Medalha Fields e o Prêmio Abel, e o consolo de que quase toda descoberta premiada depende, em última instância, da matemática.

Colaboração para o Olhar Digital
Leandro Criscuolo é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Já atuou como copywriter, analista de marketing digital e gestor de redes sociais. Atualmente, escreve para o Olhar Digital.