Olhar Digital > Pro > Sora 2 aumenta preocupações sobre o impacto ambiental da IA

A nova geração do aplicativo de IA da OpenAI representa um grande salto tecnológico, mas também evidencia os impactos ambientais do setor

Imagem: Camilo Concha/Shutterstock

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Lançado recentemente, o Sora 2 é a segunda geração do aplicativo de inteligência artificial da OpenAI voltado à criação e compartilhamento de vídeos curtos. A ferramenta é considerada um verdadeiro salto tecnológico.

No entanto, especialistas apontam que a novidade também evidencia os impactos ambientais da IA. Em artigo publicado no portal The Conversation, Robert Diab, professor da Thompson Rivers University, discute a questão.

Logo da OpenAI em um smartphone
Sora 2 é a nova geração do aplicativo de IA da OpenAI (Imagem: JarTee/Shutterstock)

Consumo de energia e água não é sustentável

  • O especialista destaca que um dos principais problemas é a grande quantidade de energia necessária para atender a demanda gerada pelo setor.
  • De acordo com a Agência Internacional de Energia, os data centers foram responsáveis por até 1,5% do consumo global de eletricidade no ano passado.
  • O uso de água também chama atenção.
  • As infraestruturas de inteligência artificial necessitam deste valioso recurso para manter os servidores resfriados e livres de impurezas.
  • Estimativas apontam que apenas o treinamento do GPT-3 teria usado 700 mil litros de água.
  • As projeções ainda apontam que o consumo pode chegar a seis bilhões de metros cúbicos anualmente até 2027.

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Data centers exigem grandes quantidades de energia e água (Imagem: Oselote/iStock)

Avanços da IA não precisam ser interrompidos

Agora, com o lançamento do Sora 2, os vídeos de alta definição gerados aumentarão drasticamente a demanda por recursos. Isso pode causar impactos ainda maiores ao meio ambiente. Além disso, custos menos evidentes podem vir da produção de hardware. Cada nova geração de chips exige novas linhas de fabricação, insumos minerais pesados e resfriamento avançado. E mesmo que os modelos de inteligência artificial se tornem mais eficientes, a energia total necessária para manter toda a operação continua aumentando.

Um único prompt usa energia insignificante, mas os sistemas que o permitem – vastos data centers, fabricação constante de chips, resfriamento 24 horas por dia – estão remodelando os padrões globais de energia e água. A última perspectiva da Agência Internacional de Energia projeta que a demanda de energia do data center pode chegar a 1.400 terawatts-hora até 2030. Isso equivale a adicionar vários países de médio porte à rede mundial. A IA será responsável por um quarto desse crescimento.

Robert Diab, professor da Thompson Rivers University

Mãos de robô e de uma pessoa tocando seus indicadores
É preciso avançar tecnologicamente, mas de forma sustentável (Imagem: Gumbariya/Shutterstock)

O artigo ressalta que essa é uma discussão urgente e que as autoridades precisam criar formas de regulamentar o setor. Apesar das preocupações, o especialista acredita que não é necessário interromper as inovações geradas pela IA.

Isso significa que devemos exigir transparência sobre o tamanho do custo ambiental e quem o paga, a fim de lidar com os impactos ambientais da IA. À medida que Sora 2 começa a preencher feeds sociais com visuais altamente realistas, a questão não será se a IA usa mais energia do que a Netflix, mas se podemos expandir nossa infraestrutura digital com responsabilidade suficiente para abrir espaço para ambos.

Robert Diab, professor da Thompson Rivers University

Alessandro Di Lorenzo

Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Ana Luiza Figueiredo

Redator(a)

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Ana Luiza Figueiredo é repórter do Olhar Digital. Formada em Jornalismo pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), foi Roteirista na Blues Content, criando conteúdos para TV e internet.