O mercado brasileiro de veículos leves eletrificados alcançou novo recorde em setembro de 2025, com 21.515 emplacamentos, um aumento de 6,4% em relação a agosto (20.222) e de 62% sobre setembro de 2024 (13.265). Dentro desse cenário, os veículos comerciais leves elétricos se destacaram com um crescimento expressivo de 51% de janeiro a setembro, em comparação com o mesmo período de 2024.
De acordo com a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), entre janeiro e setembro de 2025, foram comercializados 1.642 veículos comerciais leves eletrificados, contra 1.086 no mesmo período de 2024. Em dois anos, o aumento foi de 271,5%, já que, em 2023, foram vendidas 442 unidades.

“A eletrificação das frotas corporativas começa a ganhar escala”, afirmou o presidente da ABVE, Ricardo Bastos. “Essa é uma das principais tendências da mobilidade sustentável no país e isso ficará cada vez mais nítido nos próximos meses”.
Ele acrescentou que “a mobilidade elétrica já começou a fazer parte das estratégias empresariais direcionadas à modernização de frotas e ao fortalecimento de cadeias logísticas mais limpas e inteligentes”.
“Origem” de tantas vendas
- O avanço desse segmento está diretamente relacionado à adesão crescente de empresas de logística, distribuição e serviços, impulsionadas pela busca por eficiência energética, redução de custos operacionais e cumprimento de metas ESG;
- Iniciativas, como a plataforma e-Fast Brasil, liderada pelo WRI Brasil e apoiada institucionalmente pela ABVE, também contribuem para essa evolução;
- O programa reúne empresas, montadoras, operadores logísticos e gestores públicos com o objetivo de fomentar soluções sustentáveis e promover a descarbonização da mobilidade de carga nas cidades brasileiras.
De janeiro a setembro, o mercado de veículos leves eletrificados somou 147.602 unidades vendidas, um crescimento de 20,4% sobre o mesmo período de 2024 (122.548). Em setembro, a participação desses modelos no total de vendas de veículos leves foi de 9,3% (231.370 unidades), ante 6% em setembro de 2024, consolidando o crescimento consistente do setor no país.
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Desempenho individual de cada categoria dos eletrificados
Os veículos elétricos plug-in (BEV e PHEV) representaram 76% das vendas de eletrificados entre janeiro e setembro, com 120.644 unidades comercializadas — um aumento de 40% em relação a 2024 (86.326). Em setembro, o mesmo percentual se manteve: 76% das vendas (BEV e PHEV), contra 24% dos híbridos (HEV e HEV Flex).
As novas montadoras que chegaram ao Brasil, como Omoda Jaecoo, GAC, Geely e Zeekr, além de fabricantes tradicionais, como a General Motors (GM), ampliaram a oferta de modelos, fortalecendo a tendência.
Os híbridos plug-in (PHEV) lideraram as vendas de eletrificados em setembro, com 8.194 unidades (38% do total), um crescimento de 68% sobre o mesmo mês de 2024 (4.869). Os veículos 100% elétricos (BEV) venderam 8.169 unidades (também 38%), alta de 74% em relação a setembro do ano passado (4.699).
Já os híbridos (HEV e HEV Flex) somaram 5.152 unidades (24% do total), sendo 2.285 HEV convencionais (10,6%) e 2.867 HEV Flex (13%). Estes últimos cresceram 28% sobre agosto e 86% em relação a setembro de 2024.
As vendas de micro-híbridos (MHEV) também subiram em setembro, totalizando 5.604 unidades (+10,4% sobre agosto). Os MHEV 12V responderam por 74,4% desse segmento (4.168), enquanto os MHEV 48V ficaram com 25,6% (1.436).
O setor de ônibus elétricos teve forte expansão, com 42 unidades emplacadas em setembro — todas no Estado de São Paulo —, o que representa um crescimento de 600% sobre setembro de 2024, quando foram vendidos seis modelos.
Na distribuição regional, o Sudeste lidera as vendas de veículos leves eletrificados, com 10.059 unidades (46,8%), seguido pelo Sul (4.031, 18,7%), Nordeste (3.478, 16,2%), Centro-Oeste (3.050, 14,2%) e Norte (897, 4,2%).
Entre os estados, São Paulo se mantém na liderança com 6.834 emplacamentos (31,8%), à frente do Distrito Federal (1.862), Rio de Janeiro (1.416), Rio Grande do Sul (1.368) e Paraná (1.358). Os municípios com mais vendas são São Paulo (SP) (2.789), Brasília (DF) (1.862), Rio de Janeiro (RJ) (779), Belo Horizonte (MG) (758) e Curitiba (PR) (603).