Pressão, colesterol, glicose e tabagismo formam o “quarteto de risco” que antecipa doenças cardiovasculares, diz estudo

Imagem: Theerani lerdsri/Shutterstock

Um estudo internacional liderado por pesquisadores da Northwestern Medicine (EUA) e da Universidade Yonsei (Coreia do Sul) revelou que quase todos os casos de ataque cardíaco, derrame ou insuficiência cardíaca ocorrem em pessoas com pelo menos um dos quatro fatores de risco principais:

  • Pressão alta (≥120/80 mm Hg ou em tratamento)
  • Colesterol elevado (≥200 mg/dL ou em tratamento)
  • Níveis altos de glicose (≥100 mg/dL, diagnóstico de diabetes ou em tratamento)
  • Tabagismo (atual ou passado)

A análise incluiu dados de mais de 9 milhões de adultos sul-coreanos e 6,8 mil norte-americanos, revelando que mais de 99% dos pacientes com doença arterial coronariana tinham pelo menos um desses fatores, e 93% apresentavam dois ou mais.

A hipertensão foi o marcador mais comum, presente em 95% dos casos.

Imagem de homem com a mão sobre o peito sobreposta por desenho de linha de batimentos cardíacos
Nova pesquisa mostra que ataques cardíacos raramente são imprevisíveis — e reforça o poder da prevenção precoce – Imagem: Hriana/Shutterstock

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Risco previsível, não repentino

Segundo o autor do estudo, Dr. Philip Greenland, os resultados demonstram que eventos cardiovasculares raramente ocorrem “do nada”.

Mesmo em mulheres com menos de 60 anos — grupo tradicionalmente visto como de menor risco —, os sinais estavam presentes anos antes do primeiro evento.

Quando os pesquisadores aplicaram os limites clínicos tradicionais (pressão ≥140/90, colesterol ≥240, glicose ≥126 e tabagismo atual), 90% dos pacientes ainda apresentavam pelo menos um fator na “zona de perigo”.

Dados de 9 milhões de pessoas mostram que fatores de risco tradicionais explicam praticamente todos os casos – Crédito: MOMOTAJ/Shutterstock

Prevenção é o foco

O estudo reforça que o controle de fatores de risco modificáveis é essencial para evitar doenças cardiovasculares, responsáveis por uma morte a cada 34 segundos nos EUA, segundo o CDC.

Os autores defendem maior investimento em prevenção primária, já que os resultados contestam a ideia de que ataques cardíacos e derrames são imprevisíveis.

O estudo foi publicado no Journal of the American College of Cardiology.

Apple Watch salva mulher que não percebeu ataque cardíaco
Estudo internacional indica que prevenir ainda é o passo mais eficaz contra doenças cardiovasculares -Imagem dragana991/iStock

Leandro Costa Criscuolo

Colaboração para o Olhar Digital

Leandro Criscuolo é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Já atuou como copywriter, analista de marketing digital e gestor de redes sociais. Atualmente, escreve para o Olhar Digital.