Estudo revela que os inaladores, usados em tratamentos para asma, geram 2 milhões de toneladas de CO₂ por ano

Imagem: Pixel-Shot/Shutterstock

Um estudo da UCLA Health, o maior já realizado sobre o tema nos Estados Unidos, revelou que os inaladores usados no tratamento de asma e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) geram mais de 2 milhões de toneladas de CO₂ por ano — equivalente às emissões de aproximadamente 530 mil carros movidos a gasolina.

A pesquisa, publicada no JAMA, analisou as emissões de inaladores de 2014 a 2024 e avaliou diferentes tipos de dispositivos, medicamentos e propelentes.

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Inaladores comuns contribuem significativamente para a pegada de carbono – Imagem: Marko Aliaksandr/Shutterstock

Impacto ambiental da saúde respiratória

  • Os inaladores dosimetrados, que utilizam propelentes de hidrofluoroalcanos (HFA), foram identificados como os mais prejudiciais, respondendo por 98% das emissões.
  • Esses gases de efeito estufa são potentes e amplamente usados em sprays aerossóis.
  • Por outro lado, inaladores de pó seco e de névoa suave liberam medicamentos nos pulmões sem propelentes, apresentando impacto ambiental significativamente menor.
  • O estudo destaca que a substituição por alternativas de baixa emissão representa uma oportunidade de reduzir a pegada de carbono do sistema de saúde sem comprometer o cuidado dos pacientes.

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Pesquisadores sugerem o uso de inaladores de pó seco ou de névoa suave como soluções mais sustentáveis – Imagem: Dragana Gordic/Shutterstock

Perspectivas para redução das emissões

Segundo o pneumologista Dr. William Feldman, compreender a verdadeira escala das emissões é o primeiro passo para mudanças significativas.

A equipe planeja expandir a pesquisa para avaliar o impacto em populações específicas, como beneficiários do Medicaid, comparar resultados clínicos entre inaladores de alta e baixa emissão e explorar estratégias de precificação e patenteamento para incentivar tecnologias mais sustentáveis.

A adoção de políticas de saúde pública, inovação farmacêutica e conscientização médica são essenciais para reduzir o impacto ambiental dos tratamentos respiratórios, beneficiando pacientes e o planeta ao mesmo tempo.

Estudo mostra que inaladores dosimetrados liberam gases de efeito estufa equivalentes a 530 mil carros – Imagem: PeopleImages.com – Yuri A/Shutterstock

Colaboração para o Olhar Digital

Leandro Criscuolo é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Já atuou como copywriter, analista de marketing digital e gestor de redes sociais. Atualmente, escreve para o Olhar Digital.