Relatório da Câmara dos Deputados dos EUA mostra que as proibições de importação impostas contra a China não estão tendo os efeitos esperados

(Imagem: Mau47/Shutterstock)

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O governo dos Estados Unidos tenta impedir que a China tenha acesso a uma série de equipamentos considerados estratégicos na disputa pela hegemonia tecnológica global. Neste sentido, Pequim é impedida de adquirir chips semicondutores, por exemplo.

A realidade, no entanto, parece ser bem diferente. De acordo com uma investigação realizada pelo Congresso dos EUA, empresa chinesas compraram quase US$ 40 bilhões (mais de R$ 213 bilhões) em produtos que deveriam ser proibidos.

Relatório pede que Casa Branca aumente as fiscalizações (Imagem: Governo dos EUA)

Pequim continua tendo acesso aos produtos

Segundo informações da Reuters, uma série de inconsistências na fiscalização permitiu que os equipamentos sancionados fossem adquiridos pela China. Por conta disso, o Comitê Seleto da Câmara dos Deputados dos EUA sobre a China pediu a criação de proibições mais amplas.

A ideia do grupo é que a Casa Branca promova uma fiscalização maior sobre países aliados, caso de Japão e Países Baixos (Holanda), por exemplo. A justificativa é que empresas destas nações continuam comercializando com os chineses.

Temor é que a China se torne cada vez mais competitiva no setor de chips semicondutores (Imagem: IM Imagery/Shutterstock)

No ano passado, Pequim comprou US$ 38 bilhões em produtos de cinco dos principais fornecedores de equipamentos de fabricação de semicondutores. Isso representa um aumento de 66% em relação a 2022, quando muitas das restrições à exportação de ferramentas foram introduzidas.

Segundo o relatório, essas vendas tornaram a China cada vez mais competitiva na fabricação de uma ampla gama de semicondutores, “com profundas implicações para os direitos humanos e os valores democráticos em todo o mundo”.

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EUA querem impedir acesso da China aos semicondutores (Imagem: Quality Stock Arts/Shutterstock)

Disputa pela hegemonia tecnológica mundial

  • Além de fomentar a produção nacional de chips e o desenvolvimento da inteligência artificial, o governo dos Estados Unidos tenta impedir o acesso da China aos produtos.
  • O movimento tem sido chamado de “guerra dos chips“.
  • Pequim foi impedida não apenas de importar os chips mais avançados, mas também de adquirir os insumos para desenvolver seus próprios semicondutores e supercomputadores avançados, e até mesmo dos componentes, tecnologia e software de origem americana que poderiam ser usados para produzir equipamentos de fabricação de semicondutores para, eventualmente, construir suas próprias fábricas para fabricar seus próprios chips.
  • Além disso, cidadãos norte-americanos não podem mais se envolver em qualquer atividade que apoie a produção de semicondutores avançados na China, seja mantendo ou reparando equipamentos em uma fábrica chinesa, oferecendo consultoria ou mesmo autorizando entregas a um fabricante chinês de semicondutores.
  • Por fim, a Casa Branca tenta impedir que Pequim tenha acesso aos produtos por meio de países terceiros.

Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.