No futuro, combates aéreos com caças autônomos não tripulados serão cada vez mais comuns. E a Europa não quer depender da tecnologia de terceiros para isso. A aposta do continente é o modelo CA-1 da Helsing, que acaba de apresentar um estudo de projeto em tamanho real do jato na sua subsidiária Grob Aircraft, adquirida em junho.
A versão de produção deve ser lançada nos próximos quatro anos e será desenvolvida com parceiros da indústria em todo o ecossistema aeroespacial europeu, de acordo com um comunicado, no qual a empresa acrescenta que o projeto terá como foco escalabilidade e uma cadeia de suprimentos e logística europeia resiliente.
“Os caças não tripulados se tornarão uma capacidade fundamental para estabelecer o domínio aéreo e nos manter seguros. A Europa não pode se dar ao luxo de ficar para trás nesta categoria ou se tornar dependente de terceiros. Com o CA-1 Europa, garantiremos que isso não aconteça”, disse o cofundador e co-CEO da Helsing, Torsten Reil.
Domínio tecnológico
- O novo modelo terá como base o histórico de quatro anos da Helsing em programas de sistemas aéreos futuros, que desenvolveu uma série de algoritmos de dominância aérea baseados em inteligência artificial (IA), como o Centaur, um piloto de caça autônomo. O Centaur, aliás, foi demonstrado no início deste ano com o parceiro estratégico Saab no caça Gripen;
- Projetado como um jato autônomo multifuncional que atinge altas velocidades subsônicas, o CA-1 Europa combina uma fuselagem produzível em massa com uma carga útil potente, porém acessível, e software para consciência situacional e execução de missões;
- Ele é configurado para completar missões como um único ativo ou como parte de um enxame, sendo adequado para vários tipos de missão, incluindo ataques de precisão profunda.
“O futuro do combate aéreo está em sistemas atribuíveis, com software e inteligência como tecnologias essenciais. Como consequência, o CA-1 Europa tem autonomia em seu cerne”, afirma a Diretora Sênior de Domínio Aéreo da Helsing, Stephanie Lingemann.
O CA-1 Europa possui um sistema operacional de software avançado para integração flexível de sensores, sistemas de autoproteção, efetores e aplicativos de software. A Helsing também fornecerá um sistema de Comando e Controle para auxiliar os operadores no planejamento, controle e vigilância de ativos em missões autônomas complexas. A plataforma é nativamente controlável pelo piloto Centaur AI da Helsing.
“Com a Grob Aircraft, já fornecemos aeronaves de treinamento essenciais para a Força Aérea Real. O CA-1 Europa oferecerá à RAF [Força Aérea Real britânica] uma capacidade aérea de combate sem precedentes – uma plataforma colaborativa autônoma que pode realizar diversas missões diferentes para proteger o Reino Unido sem colocar os pilotos britânicos em perigo”, completa o Diretor Executivo da Helsing no Reino Unido, Ned Baker.
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Líder na Europa
Em junho, a Helsing anunciou uma rodada de financiamento de € 600 milhões (R$ 3,7 bilhões) um ano após a rodada que garantiu € 450 milhões (R$ 2,8 bilhões) à empresa, que se define como líder europeia em tecnologia de defesa. A lista de investidores inclui a Prima Materia, Lightspeed Ventures, Accel, Plural, General Catalyst e SAAB, BDT e MSD Partners.
“À medida que a Europa fortalece rapidamente suas capacidades de defesa em resposta aos desafios geopolíticos em evolução, há uma necessidade urgente de investimentos em tecnologias avançadas que garantam sua autonomia estratégica e prontidão em segurança”, afirmou Daniel Ek, fundador da Prima Materia e presidente da Helsing.
