A Polícia Civil do Rio de Janeiro confirmou a extinção de esquemas de furto de petróleo em dutos da Transpetro no estado, após anos de investigações contra uma quadrilha especializada no crime. Entre 2017 e 2024, o grupo estruturado causou prejuízos superiores a R$1,5 milhão, além de danos ambientais, segundo a Delegacia de Defesa dos Serviços Delegados (DDSD).

O caso foi investigado pela polícia do RJ/Foto: Reprodução
Na última semana, a unidade deflagrou operação para apreender caminhões utilizados na atividade criminosa. A ação foi conduzida no âmbito de investigações que já haviam identificado a participação de pelo menos oito mentores, entre eles os irmãos Marcio Pereira Gabry e Mauro Pereira Gabry. O primeiro está preso, enquanto o segundo permanece foragido.
De acordo com o delegado Pedro Brasil, titular da DDSD, o modus operandi dos criminosos incluía escavações em áreas ermas, geralmente aos domingos à noite, para perfurar dutos e instalar derivações clandestinas. O petróleo era extraído e transportado em caminhões, sendo posteriormente vendido para empresas de outros estados, principalmente do Espírito Santo.
“Esse crime já foi endêmico no Rio, mas não é qualquer pessoa que o comete, porque não é como furtar uma bicicleta”, afirmou o delegado. Ele destacou que os criminosos tinham conhecimento técnico em solda, perfurações e manipulação do material, atuando de forma organizada e com divisão de tarefas.
Em 2023, uma derivação clandestina foi localizada em Queimados, o que intensificou as investigações. A partir desse ponto, a polícia confirmou a existência de uma organização criminosa estável e ordenada, que contava com transporte, receptação e adulteração de derivados de petróleo.
A atuação conjunta da Polícia Civil e da Transpetro, com monitoramento e operações contínuas, resultou no fim das ações criminosas nos dutos fluminenses. “Marcio, Mauro e Franz Dias da Costa eram os grandes mentores das perfurações. Quando eles foram presos, o registro desse crime caiu vertiginosamente. Depois, direcionamos as investigações a grupos menores, que também foram detidos, e conseguimos extinguir o crime no estado”, explicou Pedro Brasil.
Na última terça-feira (30/9), a polícia cumpriu mandados de busca e apreensão em dois imóveis de Duque de Caxias, suspeitos de funcionarem como refinarias clandestinas. A operação recolheu documentos, equipamentos, veículos, celulares e outros materiais que podem revelar novos integrantes da rede criminosa.
Segundo a Transpetro, o modelo de investigação realizado no Rio se tornou referência nacional para o combate ao furto de petróleo em dutos.