Outubro chega com uma seleção literária que atravessa gêneros e emoções. De Educação da Tristeza, de Valter Hugo Mãe, a Parasite Eve, de Hideaki Sena, passando por romances, thrillers, fantasia e ensaios, o Metrópoles reuniu obras capazes de emocionar, instigar e surpreender diferentes leitores neste mês.
Confira a seleção do Metrópoles com livros que valem a leitura em outubro:
1. Educação da Tristeza, de Valter Hugo Mãe (Biblioteca Azul)
Em Educação da tristeza, Valter Hugo Mãe apresenta sua obra mais íntima, unindo texto e ilustrações para refletir sobre o luto, a saudade e o sentido da vida. Inspirado pela perda do sobrinho Eduardo, o autor mistura memórias, observações poéticas e relatos cotidianos em uma narrativa acolhedora e honesta. Entre reconstruções externas e internas, o livro convida o leitor a repensar amor, ausência e a difícil tarefa de seguir adiante.
2. Morramos ao Menos no Porto, de Francisco Mota Saraiva (Biblioteca Azul)
Morramos ao Menos no Porto, de Francisco Mota Saraiva, vencedor do Prêmio Literário José Saramago 2024, é um retrato denso e poético sobre o desgaste do corpo, da memória e dos afetos. No centro da trama está António, um homem que convive com a ausência da esposa morta, mantendo-a viva em gestos cotidianos de cuidado e negação. Com linguagem brutal e delicada, o romance explora solidão, amor e o peso do tempo, criando uma narrativa atmosférica que ecoa muito além da última página.
3. Parasite Eve, de Hideaki Sena (Darkside)
Parasite Eve, de Hideaki Sena, mistura ciência e horror biológico ao imaginar o que aconteceria se as mitocôndrias decidissem retomar sua autonomia após eras de convivência com o corpo humano. A trama acompanha o pesquisador Toshiaki Nagashima, que, após perder a esposa, cultiva células de seu fígado em laboratório e dá origem à cultura celular Eve1, capaz de manipular eventos de forma assustadora.
Publicado em 1995, o romance conquistou grande impacto, inspirou um jogo para PlayStation e chega agora ao Brasil pela DarkSide Books em edição comemorativa de 30 anos. A obra provoca reflexões sobre genética, consciência celular e ética científica, trazendo o terror do que sempre esteve dentro de nós.
4. Estrada dos Ossos (Livro 1 – Cinzas de Íseldur), de Demi Winters (Ed. Plataforma21)
Silla Nordvig cresceu de vilarejo em vilarejo e trocando de nomes. Seu pai sempre a alertou para se manter escondida. Mas ele nunca revelou quem ela realmente é. Quando o pai de Silla é brutalmente assassinado, ela então parte em fuga e seu destino está a mais de mil quilômetros de distância, em Kopa, único lugar onde ela estará a salvo.
Na jornada, a jovem acaba se infiltrando no grupo de mercenários mais perigoso do reino. Ali ela esperava qualquer coisa, menos que dois homens do bando – o temido líder, Olhos de Machado, e seu perigosamente charmoso braço direito, o Lobo – pudessem, de formas que ela jamais imaginara, colocar em risco sua missão. Porém há mais que assassinos e mercenários perseguindo Silla: há verdades enterradas, memórias silenciadas e um poder adormecido prestes a despertar.
5. Não Acorde os Monstros, de Luca Brandão (Ed. Rocco)
Os monstros se pareciam com todos os homens daquela família: dormiam em camas confortáveis, tomavam o café da manhã, brincavam com os filhos, trabalhavam, bebiam, voltavam tarde para casa, brigavam com a mesma força que faziam amor e então voltavam a dormir. Monstros que podiam ser vistos em qualquer espelho da casa.
Ao completar trinta anos, o filho encara uma perda enquanto lida com uma relação baseada em sexo e desentendimentos. O passado retorna como um reflexo, mostrando o medo de se tornar aquilo que ele sempre detestou. Mas como escapar de uma herança invisível, de uma sombra que já habita dentro de si?
6. A Última Sentença, de Bettina Muradás (Ed. Labrador),
Patrícia Santos sabia muito bem quem era: uma promotora pública que acreditava na Justiça, uma esposa que amava o marido, uma mulher que seguia um plano. Sua vida parecia trilhar uma estrada segura, até que uma tentativa de assassinato muda tudo.
Ao sofrer uma ameaça, é transferida para a Promotoria de Patrimônio Público, onde espera por uma rotina tediosa. Mas o pedido inesperado para ajudar o jornalista André Jardim a investigar os bastidores do escândalo Banestado a coloca novamente diante de documentos, nomes e histórias do passado que podem explicar o presente. À medida que avança nas investigações, ela percebe que sua vida tão bem arranjada, na verdade, era uma fachada.
7. Noites de Estação, Andrea Rukop (Ed. Artêra)
Verônica decide deixar a vida na cidade para se mudar para o campo. Aos poucos tudo foi parecendo sombrio e estranho na rotina de seus dias, porém, o que estava por vir naquela primavera era o surgimento de um homem bonito e misterioso que impressionaria Verônica.
Os dois começam um romance mas aos poucos o homem se torna estranho até que um maldoso relato o torna suspeito de algo muito grave, o que instala imediatamente a desconfiança na relação. Quando ela buscar a verdade, irá se deparar com acontecimentos assustadores
8. O Assassinato no Verão de 1999, de Jeneva Rose (Ed. Intrínseca)
Três irmãos se reúnem na cidadezinha onde cresceram após a morte da mãe. Beth, a mais velha, nunca saiu de casa e acompanhou os últimos momentos da matriarca; Nicole, a filha do meio, luta há anos contra o vício e foi excluída pela família faz tempo; Michael nasceu pronto para dar adeus aos “caipiras” que o criaram e não vê as irmãs desde que o pai os abandonou.
Enquanto organizam os pertences deixados pela mãe, eles encontram uma coleção de fitas VHS com vídeos caseiros e decidem reviver algumas memórias da infância. Entretanto, o que seria um momento de nostalgia se transforma em pânico com a descoberta de um acontecimento aterrorizante: em uma das fitas, surge uma gravação do pai coberto de sangue em uma noite de 1999. Nenhum deles se recorda desse fato, e o vídeo termina com a aparição de um cadáver desconhecido. Agora, os irmãos terão que decidir se é melhor esquecer o passado ou investigar o segredo terrível que os pais tentaram enterrar a todo custo.
9. Eterna Fantasia, de Danichi Mizoguchi (Ed. Dublinense)
Maria é uma mulher na casa dos trinta anos que vê seus ideais ruírem aos poucos. Seja na política brasileira, seja na ONG onde trabalha, tudo parece se desfazer em golpes, rachas, rompimentos e violência. Enquanto as crises parecem cercá-la por todos os lados, o encontro com Sofia surge como oportunidade para experimentar radicalmente a força vital da amizade e do amor.
10. Ser-tão rosa, de Rosa Alves (Ed. Novos Ases)
Ser-Tão Rosa é um livro que desafia categorizações, misturando elementos de dicionário e histórias em quadrinhos para criar uma experiência de leitura única. Nas suas páginas, você encontrará não apenas definições, mas também histórias cômicas que capturam as nuances da vida familiar e a riqueza da cultura nordestina.
11. As Crônicas de Âmbar: Tomo I de Roger Zelazny (Ed. Intríseca)
Ao acordar desorientado em um hospital, Corwin percebe que não sabe onde está nem quem é. As únicas coisas de que tem certeza é que sofreu um grave acidente e perdeu todas as memórias. Além disso, é provável que esteja sendo mantido no lugar contra a sua vontade. Quase como em um quebra-cabeça, o protagonista reúne partes importantes de si mesmo: Corwin é um dos nove príncipes de Âmbar e possível herdeiro do trono após o desaparecimento do pai.
12. Manual da Mulher Moderna, de Bruna Ramos da Fonte (Ed. Vida & Consciência)
Por meio de uma intensa pesquisa bibliográfica e da revisitação de suas memórias, histórias e vivências nos campos da psicanálise e da sexologia, Bruna Ramos reflete em seu novo livro sobre o que é ser mulher no século XXI, corroborando a tese de Simone de Beauvoir, que desmistifica o caráter biológico do que, na verdade, é fruto dos papéis sociais fomentados para controlar nosso corpo e imaginário, mantendo-nos dóceis e submissas.