Descoberta no Pará e Amapá mostra que o Angelim vermelho desafia limites conhecidos e rivaliza com recordistas globais
Lar de cerca de 400 bilhões de árvores, a Amazônia é a maior floresta tropical do planeta. Surpreendentemente, ela não era particularmente conhecida por árvores extremamente altas — até que pesquisadores começaram a descobrir alguns de seus verdadeiros gigantes.
A árvore mais alta da região mede 88,5 metros e está localizada em uma área remota entre os estados do Pará e Amapá, no norte do Brasil, de acordo com um estudo publicado na revista Frontiers in Ecology and the Environment.

Crescimento além do previsto ainda é mistério
- Identificada em 2019 pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), a gigante foi localizada por meio de varredura a laser aérea e estava cercada por outras sete árvores com mais de 80 metros e muitas outras acima de 75 metros.
- A espécie responsável por esses recordes é o Angelim vermelho (Dinizia excelsa), anteriormente estimada para atingir no máximo 60 metros.
- Segundo os ecólogos Tobias Jackson e Sami Rifai, “ainda não sabemos como essas árvores conseguiram crescer tanto”.
- Sua sobrevivência pode estar ligada ao afastamento de áreas urbanas e industriais, e ao fato de terem aproveitado perturbações anteriores na floresta, como tempestades ou ocupação humana”.
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Limites naturais e riscos do crescimento extremo
Embora impressionantes, essas alturas ainda ficam aquém das árvores mais altas do mundo, como a sequoia Hyperion, nos EUA, com 115,92 metros. Fatores ambientais e riscos naturais, como ventos fortes, incêndios, pragas e desmatamento, limitam o crescimento extremo na Amazônia.
Crescer muito alto oferece vantagens na competição por luz solar, mas também aumenta a vulnerabilidade, tornando alturas gigantes raras na floresta tropical mais densa do planeta.
Colaboração para o Olhar Digital
Leandro Criscuolo é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Já atuou como copywriter, analista de marketing digital e gestor de redes sociais. Atualmente, escreve para o Olhar Digital.
Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.