O trabalho analisou as diferenças de expectativa de vida entre machos e fêmeas em mais de mil espécies de mamíferos e pássaros
Estimativas apontam que a expectativa de vida global é maior para as mulheres do que para os homens. Elas costumam viver, em média, 73,8 anos, enquanto eles sobrevivem até os 68,4 anos. Uma disparidade que é verificada até mesmo em outras espécies.
Cientistas apontam que o fenômeno pode ser influenciado por fatores sociais e comportamentais. Mas um novo estudo apresentou evidências que sugerem que a longevidade feminina pode ter uma causa genética.

Mais de mil espécies foram analisadas
- O trabalho analisou as diferenças de expectativa de vida entre machos e fêmeas em mais de mil espécies de mamíferos e pássaros.
- Segundo os pesquisadores, a longevidade das mulheres pode derivar, em parte, de ter cromossomos X duplos.
- Essa redundância as protegeria contra mutações prejudiciais à saúde.
- Chamada de “hipótese do sexo heterogamético”, ela sustenta que, se algo der errado com um gene em um dos cromossomos X de uma mulher, suas células terão um sobressalente em que confiar.
- Mas no caso dos homens, com apenas um cromossomo X, qualquer mutação que reduza a expectativa de vida pode ser prejudicial.
- As conclusões foram descritas em estudo publicado na revista Science Advances.
Leia mais
- Por que há tantas mulheres com mais de 100 anos no Japão?
- Nem carne, nem frango ou peixe: essa proteína está associada à longevidade
- Quem mora nesses lugares tende a viver mais; descubra onde

O papel da genética na longevidade
No total, foram analisadas 528 espécies de mamíferos e 648 de aves mantidas em zoológicos. A equipe descobriu que a maioria dos outros mamíferos são como os humanos, com as fêmeas sobrevivendo mais tempo do que os machos.
Já nas aves, 68% das espécies estudadas apresentaram o resultado contrário. Os pesquisadores explicam que, diferentemente do que acontece conosco (XX para mulheres e XY para homens), estes animais contam com um par de cromossomos sexuais diferentes para fêmeas e iguais para machos. A descoberta confirma o papel da genética na longevidade.

Por outro lado, a equipe destaca que o comportamento também é importante para a expectativa de vida. Os machos precisam competir mais para garantir uma parceira e, por isso, tendem a não viver tanto quanto as fêmeas da mesma espécie.
No entanto, existem casos que intrigam os cientistas. Os lêmures, por exemplo, apresentam pouca diferença entre a expectativa de vida masculina e feminina. Já os falcões, águias e abutres fêmeas tendem a viver mais. As informações são do The Washington Post.
Colaboração para o Olhar Digital
Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.