Quando o Sol se põe, os tons dourados e alaranjados que tingem o céu já garantem uma despedida de tirar o fôlego. Mas, às vezes, isso pode ficar ainda mais espetacular – quando a ciência e a natureza, juntas, proporcionam fenômenos ópticos tão incomuns que parecem lendas. É o caso de uma visão breve conhecida como flash verde e de seu irmão ainda mais raro, o flash azul.
O flash verde é um brilho esmeralda que se estende por apenas alguns segundos, coroando o disco solar no momento exato em que ele desaparece no horizonte. Já o flash azul é uma visão ainda mais rápida e exige condições atmosféricas perfeitas.
Em um feito notável, a fotógrafa Marina Prol capturou ambos em dias consecutivos, em Gran Canaria, na Espanha: primeiro o azul, na sexta-feira (26), depois, o verde, no sábado (27).


Para testemunhar um flash, você precisa de um horizonte desobstruído e um dia sem nuvens ou neblina. Locais ideais são o mar, o topo de montanhas ou edifícios altos. No entanto, é fundamental tomar precauções para proteger sua visão.
Nunca olhe diretamente para o Sol até que ele esteja quase completamente escondido no horizonte, pois sua luz pode causar sérios danos aos olhos e até cegueira.
A melhor maneira de observar o fenômeno é desviar o olhar do Sol e só voltar a focar quando a borda superior estiver prestes a sumir. Isso reduz os riscos e aumenta as chances de ver o brilho.

Leia mais:
- Eclipse lunar revela o invisível no céu da China
- “Duende vermelho” é fotografado no céu da Europa
- Veja imagens incríveis de um arco-íris duplo formado no céu do RS
Por que o flash azul é mais raro?
A explicação para esses fenômenos está na forma como a luz do Sol é refratada (curvada) pela atmosfera terrestre, que atua como um prisma gigante. A luz se divide em suas cores componentes, e a cor verde, com seu comprimento de onda específico, consegue ser a última a ser vista. A refração, combinada com miragens causadas por gradientes de temperatura do ar, intensifica o brilho, formando o flash.

Já a cor azul, por outro lado, tem um comprimento de onda mais curto e é facilmente dispersada pelas moléculas do ar, poeira e vapor d’água na atmosfera. Por isso, a chance de ver um “brilho de safira” no horizonte é muito menor do que a de ver uma “esmeralda crepuscular”.