Método ainda precisa ser aperfeiçoado, mas pode ajudar a combater a infertilidade causada por doenças ou pela idade avançada

Imagem: EJManzaneque/Shutterstock

Um feito inédito na medicina. Cientistas dos Estados Unidos produziram, pela primeira vez, embriões humanos em estágio inicial através da manipulação de DNA retirado das células da pele de pessoas, fertilizadas com espermatozoides.

Segundo a equipe responsável pelo trabalho, a técnica pode ajudar a combater a infertilidade causada por doenças ou pela idade avançada. Além disso, pode ser usada para que casais do mesmo sexo tenham filhos geneticamente relacionados aos dois parceiros.

óvulo e espermatozoides
Descoberta pode significar uma revolução na área de fertilização (Imagem: Yurchanka Siarhei/Shutterstock)
  • A reprodução é caracterizada pelo encontro entre o espermatozoide do homem e o óvulo da mulher.
  • Eles se fundem para criar um embrião e, nove meses depois, nasce o bebê.
  • Com a descoberta, no entanto, praticamente qualquer célula do corpo pode ser o ponto inicial da vida.
  • No experimento, pesquisadores Universidade de Ciências e Saúde de Oregon, nos Estados Unidos, retiraram o núcleo de uma célula da pele.
  • Ele contém uma cópia de todo o código genético necessário para a construção do corpo humano e foi colocado no interior de um óvulo doador.
  • O próximo passo foi fazer o óvulo a descartar metade dos seus cromossomos, um processo chamado de “mitomeiose” e que garantiria a a continuidade do processo de reprodução.
  • Os resultados foram publicados na revista Nature Communications.

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Experimento foi realizado a partir de DNA retirado de células da pele (Imagem: Billion Photos/Shutterstock)

Técnica ainda precisa ser aperfeiçoada

Segundo informações da BBC, o experimento resultou na produção de 82 óvulos funcionais. Eles foram fertilizados com espermatozoides e alguns deles progrediram para os estágios iniciais de desenvolvimento de embriões. No entanto, nenhum deles se desenvolveu além do estágio de seis dias.

Os pesquisadores ressaltam que ainda é necessário aperfeiçoar a técnica. Um dos problemas é que o índice de sucesso é baixo, apenas cerca de 9%. Além disso, os cromossomos perdem um processo importante de recombinação do DNA, conhecido como permutação cromossômica.

Praticamente qualquer célula do corpo agora pode ser o ponto inicial da vida (Imagem: Billion Photos/Shutterstock)

Outro ponto que ainda precisa ser abordado é o fato do óvulo escolher aleatoriamente quais cromossomos irá descartar. Ao final do processo, ele precisa ter um cromossomo de cada um dos 23 tipos para evitar doenças, mas acaba ficando com dois cromossomos de alguns tipos e nenhum de outros.

A expectativa é que possa demorar uma década até que a novidade esteja pronta para ser disponibilizada para a população. De qualquer forma, é um grande avanço que pode ajudar mulheres idosas que não possuem mais óvulos viáveis, homens que não produzem espermatozoides em quantidade suficiente ou para combater a infertilidade causada por tratamento de câncer, por exemplo.

Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.