Em seu novo livro Limite: O Poema em Filme, o poeta e crítico cultural Ciro Marcondes propõe uma análise inovadora do filme brasileiro, Limite (1931), de Mário Peixoto. O lançamento ocorrerá no dia 11 de outubro, às 16h, na Marcondes&Co, na Asa Sul.
Na obra, Marcondes interpreta o clássico do cinema experimental não apenas como um marco histórico, mas como um verdadeiro poema visual, no qual imagens e sentimentos se entrelaçam em uma “frequência poética da percepção”.
Segundo o autor, o fato de Limite ser um filme silencioso e praticamente sem nenhuma palavra o acompanhando é muito importante para ele configurar como poesia fílmica.
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“Os filmes silenciosos se valem dessa carga hipnótica das imagens, dessa arqueologia antiga das coisas que elas preservam em suas imagens cruas (ou quase), que dispensam o código simbólico verbal (as palavras) como concorrência na significação, por assim dizer”, explica Ciro Marcondes.
“Daí, a adição da montagem de vanguarda do filme e de seus dilemas existenciais profundos tornam-no denso e o fazem render poeticamente, como se cada plano reafirmasse estas questões duras, que em algum momento chegam a qualquer pessoa: por que existimos ao invés de não existir nada? Por que existe um ‘eu’ e um ‘outro’ fora de mim, etc.?”, detalha o autor.
O autor conta que assistiu ao filme pela primeira vez há mais de 20 anos, em um curso de cinema e ficou “atordoado pela capacidade hipnótica e pela beleza” da obra.
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Em Limite: O Poema em Filme, Ciro Marcondespropõe uma análise inovadora do filme brasileiro de 1931, Limite, de Mário Peixoto
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“Nunca vira algo assim, e com o passar dos anos percebi que não veria algo semelhante novamente. Isso me estimulou a estudar o filme academicamente, e o livro é resultado da pesquisa de mestrado que fiz sobre ele, tentando atribuir uma ordem poética ao filme, e usá-lo como instrumento para elaborar algo sobre o pensamento poético como um todo. Um filme que filosofa poeticamente através de imagens”, relata o escritor.
Ciro Inácio Marcondes é poeta, pesquisador e crítico cultural, com trabalhos reconhecidos sobre cinema silencioso e cultura pop. Entre suas obras destacam-se ZIP – Quadrinhos e cultura pop (Editora Metrópoles, 2021) e o livro de poemas Mundo míope (Confraria do Vento, 2023). Além disso, Marcondes é editor do site Raio Laser e do podcast Lasercast, dedicados à crítica de histórias em quadrinhos.)