Os gatos são conhecidos por sua natureza independente e, em alguns casos, são considerados distantes ou difíceis de agradar. Porém, estudos científicos recentes têm demonstrado que é possível conquistar uma conexão profunda com esses felinos, desde que se compreenda e respeite seu comportamento natural.
Entender a psicologia felina e aplicar algumas práticas pode mudar muito a relação entre humano e gato, tornando-a mais harmoniosa e afetuosa.
Algumas pesquisas mostram que os gatos formam vínculos afetivos com seus tutores de maneira parecida a outros animais de estimação, como cães. Mas, por conta de sua evolução como caçadores solitários, eles precisam de abordagens específicas para se sentirem seguros e confiantes.
Estudos identificam comportamentos e interações que ajudam no fortalecimento desse vínculo, proporcionando bem-estar tanto para o gato quanto para o tutor.
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Se você convive com um gato que é difícil de ter contato, mas quer melhorar a relação entre vocês, confira na matéria 6 dicas científicas para conquistá-lo baseadas em pesquisas comportamentais e neurocientíficas. Veja a seguir!
Respeite o espaço pessoal do gato

Gatos são animais naturalmente independentes e territoriais, então, se você forçar interações como pegar no colo ou acariciar contra sua vontade, pode gerar estresse e afastamento. Pesquisas mostram que permitir que o gato se aproxime por conta própria aumenta a confiança e o vínculo entre tutor e animal.
As interações iniciadas pelo próprio gato tendem a ser mais bem-sucedidas do que aquelas iniciadas pelo tutor, e respeitar o tempo e o espaço do felino é fundamental para uma relação saudável e duradoura.
Além disso, especialistas dizem que interações forçadas podem reduzir os níveis de ocitocina, o “hormônio do amor“, tanto no gato quanto no tutor, o que pode prejudicar o vínculo e aumentar o estresse do animal. Portanto, é essencial permitir que o gato decida quando e como deseja interagir, respeitando seus limites e sinais de conforto.
Use baby talk e voz suave
Os gatos domésticos respondem positivamente a tons de voz suaves e melodiosos, semelhantes ao “baby talk” utilizado com bebês. Esse tipo de comunicação pode transmitir calma e afeto, aproximando o tutor do animal, uma vez que os cientistas concluíram que eles reconhecem e respondem melhor a vozes humanas em tons mais agudos e suaves. Usar esse tipo de comunicação pode fortalecer o vínculo e aumentar a receptividade do gato às interações.
Além disso, a utilização de uma voz suave pode reduzir os níveis de estresse tanto no gato quanto no tutor. Se comunicar corretamente é uma ferramenta eficaz para estabelecer confiança e promover um ambiente harmonioso entre humano e felino. Portanto, ao interagir com seu gato, adote um tom de voz suave e amigável para fortalecer o vínculo afetivo.
Proporcione momentos de cuidado e brincadeiras

Brincadeiras são essenciais para o bem-estar dos gatos, já que atividades como perseguir brinquedos que imitam presas estimulam o instinto natural de caça, além de ser um bom exercício físico e mental. Além disso, momentos de cuidado, como permitir que o gato se deite ao seu lado ou receba petiscos, reforçam associações positivas com sua presença. A consistência no dia a dia é muito importante, pois gatos valorizam a rotina e se sentem mais seguros em ambientes estruturados.
Estudos indicam que ambientes enriquecidos, com opções de esconderijos e áreas elevadas, reduzem o estresse e aumentam o bem-estar dos gatos. Oferecer esses espaços é uma maneira eficaz de conquistar a confiança do felino, e a interação regular e positiva com o tutor fortalece o vínculo afetivo, promovendo comportamentos saudáveis no gato.
Faça carinho nos pontos certos
Existem áreas específicas nos corpos dos gatos que são as preferidas para receber carinhos suaves, como a cabeça, ao redor das orelhas e sob o queixo, que são regiões geralmente bem aceitas. Evitar áreas sensíveis, como a base da cauda, é fundamental para não causar desconforto ou estresse.
Pesquisas dizem que toques nas regiões preferidas aumentam a liberação de ocitocina, o “hormônio do amor”, tanto no gato quanto no tutor, promovendo sentimentos de afeto e confiança.
Além disso, é importante observar as reações do gato durante o carinho. Sinais como ronronar, esfregar a cabeça ou enrolar a cauda ao redor do tutor indicam prazer e conforto. Por outro lado, movimentos de cauda rígidos, orelhas para trás ou tentativa de se afastar são sinais de desconforto, e respeitar esses sinais é fundamental para manter uma interação positiva e aumentar o vínculo.
Evite punições físicas ou gritos

Gatos não respondem bem a punições físicas ou gritos, abordagens que podem gerar medo, ansiedade e até agressividade. Estratégias baseadas em reforço positivo, como recompensar comportamentos desejados, são mais eficientes para melhorar o comportamento do felino, enquanto punições negativas podem prejudicar a relação e aumentar o estresse do gato.
Criar um ambiente seguro e previsível, com interações positivas, fortalece o vínculo e melhora o comportamento do animal. Ao invés de punições, utilize reforços positivos, como petiscos ou brinquedos, para incentivar comportamentos desejados. Isso melhora o comportamento do gato, e também promove um relacionamento mais saudável e afetuoso entre tutor e animal.
Forneça locais de refúgio
Em geral, os felinos valorizam os locais seguros onde podem se refugiar quando desejarem. Caixas de papelão, prateleiras elevadas e outros espaços tranquilos permitem que o gato se sinta no controle do ambiente e tenha momentos de descanso sem riscos. Ter ambientes enriquecidos, com opções de esconderijos e áreas elevadas, reduz o estresse e aumenta o bem-estar dos gatos.
Proporcionar esses espaços é uma boa forma de conquistar a confiança do felino. Além disso, respeitar a escolha dele sobre o local de descanso e interação demonstra compreensão e respeito por suas necessidades. Criar um ambiente que atende às preferências naturais do gato contribui para seu bem-estar e para uma relação mais harmoniosa.