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“O Acre tem tudo para viver uma fase de prosperidade, porque é um estado rico”, diz Jorge Viana

Jorge Viana durante coletiva de imprensa/Foto: ContilNet

O presidente da ApexBrasil, Jorge Viana, afirmou que o Acre enfrenta entraves que dificultam a retomada de um ciclo de prosperidade já vivido no passado, mas ressaltou que o Estado reúne todas as condições para voltar a crescer. As declarações foram dadas durante a abertura da etapa estadual da II Conferência Nacional do Trabalho (II CNT), realizada nesta terça-feira (16) em Rio Branco, com a presença do ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho.

Jorge Viana durante coletiva de imprensa/Foto: ContilNet

Segundo Viana, apesar do crescimento econômico nacional, o Acre não acompanha o mesmo ritmo. “O Brasil voltou a crescer, já é o terceiro ano que vai crescer mais de 3%, e aqui no Acre está crescendo? O crescimento está vindo, mas 40 mil pessoas foram embora do Acre atrás de uma sorte melhor nos últimos anos. No passado, as pessoas vinham porque o Acre estava dando certo, havia um período de prosperidade, tudo bem cuidado. Não é saudosismo, é realidade”, destacou.

A migração de acreanos para outros estados, segundo ele, reflete a falta de oportunidades locais. “Na Paraíba, em João Pessoa, já existem bairros inteiros de acreanos. As pessoas só saem do lugar que amam e onde têm família quando acreditam que podem ter uma vida melhor em outro canto. Se tivesse tudo bem, ficariam aqui”, observou.

Viana também citou a violência como um dos fatores que impactam a qualidade de vida no Acre. “Essa coisa da violência que a gente está vivendo no Acre é terrível, dá insegurança e intranquilidade para as pessoas. Para encontrar o remédio para a doença, a gente tem que entender qual é o problema, e o problema hoje é justamente esse cenário de falta de segurança e de perspectivas”, avaliou.

Ao abordar a economia, o dirigente ressaltou os avanços nas exportações, mas destacou que os resultados ainda não são suficientes para garantir desenvolvimento sustentável. “No passado, o Acre exportava US$20 milhões. Antes do presidente Lula assumir, eram US$40 milhões. No ano passado chegamos a US$87 milhões e este ano já exportamos US$70 milhões, devendo passar dos US$100 milhões. Isso mostra que o trabalho de abrir mercados tem dado resultado. Mas, ao mesmo tempo, enfrentamos falta de investimentos que garantam um crescimento estruturado”, disse.

Viana lembrou que o Acre já teve papel de destaque nacional na agenda ambiental, mas perdeu espaço nos últimos anos. “Agora mesmo vai ter a COP30. O Acre já foi o maior exemplo em desenvolvimento sustentável e bioeconomia. Qual é o protagonismo que a gente está tendo? Perdemos essa força”, afirmou.

Ele também cobrou maior atuação da bancada federal em temas que impactam diretamente a população. “Hoje o Acre não tem protagonismo no Congresso Nacional. A maioria, 90% das pessoas, ganha menos de R$5 mil por mês. O presidente Lula propõe isentar de imposto de renda quem ganha até R$5 mil, mas por que a bancada do Acre não está puxando essa luta?”, questionou.

Ao relacionar os desafios do Acre com os objetivos da Conferência do Trabalho, Viana destacou a necessidade de discutir regras modernas que garantam proteção aos trabalhadores em um cenário de novas formas de ocupação. “Nós temos uma juventude enorme vivendo outra realidade. Hoje, muitas pessoas são autônomas, fazem seu próprio horário e conduzem sua vida. Mas quais garantias elas terão para cuidar da família e de si mesmas em caso de necessidade? É isso que o ministro Luiz Marinho e o governo do presidente Lula estão procurando discutir”, disse.

Apesar das críticas, Viana reafirmou sua confiança no potencial do estado. “O Acre tem tudo para viver uma fase de prosperidade, porque é um estado rico. Eu tenho muito amor pelo Acre e não vou desistir dele nunca. Sinceramente, acho que é hora de ter união de todo mundo para ver se esse estado volta a dar certo novamente, porque se ele der certo, é bom para todos”, concluiu.

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