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ExpoFronteira deve injetar até R$ 15 milhões na economia e unir ainda mais o Brasil ao Peru e à Bolívia, diz Jerry Correia

ExpoFronteira deve injetar até R$ 15 milhões na economia/Foto: Reprodução

“Nós planejamos essa festa durante quatro anos e agora conseguimos a área ideal para realizá-la”, afirmou o prefeito de Assis Brasil, Jerry Correia, ao falar sobre a 1ª ExpoFronteira 2025, que será realizada nos dias 3, 4 e 5 de outubro, no Parque de Exposições da cidade.

ExpoFronteira deve injetar até R$ 15 milhões na economia/Foto: Reprodução

O gestor também destacou o impacto econômico esperado. “A gente espera movimentar entre 10 a 15 milhões de reais”, disse. Para ele, o evento será mais do que entretenimento: “Nosso foco principal é a feira de negócios, reunindo Brasil, Peru e Bolívia em uma vitrine para produtos e culturas da tríplice fronteira”.

A ExpoFronteira, organizada pela Prefeitura em parceria com os países vizinhos e com apoio do Governo do Acre e do Sebrae, contará com mais de 100 expositores. A programação inclui rodeio, feira moveleira, rodada de negócios, apresentações culturais, cavalgada e escolha da Rainha da ExpoFronteira. Entre as atrações nacionais confirmadas estão Gabriel Lener (sexta, 3), Vitinho Imperador (sábado, 4) e Gabi Martins (domingo, 5).

Prefeito Jerry Correia, de Assis Brasil/Foto: ContilNet

Em entrevista ao ContilNet, Jerry Correia detalhou as expectativas e os bastidores da organização. Confira os principais trechos:

ContilNet: Nos preparativos para essa festa, quais são as suas expectativas?

Jerry: “Olha, nós realmente assumimos um grande desafio, que é realizar uma feira que envolva aqui o segmento agropecuário, agroextrativista, que contemple a agricultura familiar, o médio e o grande produtor aqui da nossa região do Alto Acre e, em especial, a região de fronteira, no caso Pando, na Bolívia, e Madre de Deus, no Peru. Nós planejamos essa festa praticamente durante quatro anos, que foi a nossa primeira gestão, e nós não conseguimos realizá-la no formato que nós queríamos. Nós tínhamos uma dificuldade com a área de terra, que a gente considerava que tinha que ser uma área ampla e com fácil acesso, e nós conseguimos essa área recentemente, com articulação feita junto ao Exército Brasileiro, à União”.

Jerry: “É uma área nobre, é uma área bem na chegada da cidade, que simboliza muito aqui também a tríplice fronteira. E fizemos um movimento de muitas mãos, unindo aqui o movimento das cooperativas, das associações, dos sindicatos de produtores rurais, a classe política, viabilizando recursos junto ao governo do Estado, junto à bancada federal através de emendas, e também instituições importantes, como o SEBRAE, o governo do Estado através da Secretaria de Indústria, Ciência e Tecnologia, que são os grandes parceiros, assim, deste evento. Por isso que toda essa expectativa da gente começar esse que, sem dúvida, vai ser um evento que vai se consolidar não só no Brasil, como no calendário de eventos do Acre, em especial com essa pegada aqui da tríplice fronteira, nós acreditamos que esse clima já é reflexo de todo esse trabalho que vem sendo feito ao longo desse tempo”.

Local onde será o evento fica na entrada da cidade/Foto: Reprodução

ContilNet: Quantos atores estão envolvidos na organização desse evento?

Jerry: “Os promotores do evento, além da Prefeitura, nós temos o governo do Estado com uma participação muito ativa, inclusive com aporte financeiro, o SEBRAE também, na parte não apenas de ajudar a organizar a feira, de se fazer presente com seu estande, mas também no financiamento. Nós firmamos convênio e toda essa estrutura parceira de exposição, propriamente dita, vem do SEBRAE. E eu destaco aqui ainda as cooperativas”.

Jerry: “Nós tivemos um alinhamento com a OCD, que é a Organização das Cooperativas do Brasil, e aqui nós temos a participação de diversas cooperativas. Nós destacamos a COOPAEB, que é a Cooperativa de Produtores de Assis Brasil, Brasileia e Epitaciolândia, e que é filiada à COOPERAC, que é uma grande e conhecida cooperativa que também está presente aqui no evento. Então, esses são, digamos assim, os promotores do evento, e aí nós temos diversas outras instituições que são parceiras e que fazem aqui essa nossa atividade acontecer”.

ContilNet: Essa festa não deixa de ser uma rodada de negócios também, certo?

Jerry: “Não, não resta dúvida. Inclusive, nosso foco principal é esse. Além daquilo que a gente viabilizou no termo de entretenimento, a área de parques de diversão, os shows, palcos alternativos para shows regionais, conseguimos viabilizar três atrações nacionais, mas nós temos, e não queremos deixar passar de forma alguma como menos importante, a feira de exposição que está reunindo, além dos animais, produtos vegetais, produtos agropecuários, produtos extrativistas, e também o ambiente de negócio com foco aqui no Peru e na Bolívia. Nós temos aí já uma média de 70 expositores cadastrados prontos para montarem seus estandes para expor essa grande variedade de produtos da Regional do Alto Acre e com aquilo que eu digo que é o particular, digamos assim, aqui de Assis Brasil, que é o peculiar da nossa região, melhor dizendo, que é essa tríplice fronteira”.

Jerry: “Então, nós vamos ter expositores do Peru, nós vamos ter expositores da Bolívia, nós vamos poder observar a cultura desses três países dentro da feira, né? Através de manifestações culturais do artesanato, por exemplo, das danças, da música, temos aqui um stand especial para as comunidades indígenas dessa tríplice fronteira. Então, eu creio que isso vai trazer uma pegada diferente daquilo que a gente costumeiramente já vê nas feiras de exposição”.

ContilNet: Tem uma expectativa de quanto esse evento deve movimentar na economia?

Jerry: “Olha, levando em consideração o que a gente promove aqui e considerando que esse deve superar os demais, a gente espera movimentar entre 10 a 15 milhões de reais nessas semanas, né? Porque já começou o movimento nessas semanas e principalmente nos dias do evento. Para você ter uma ideia, esses dias, ontem mesmo eu estava em Brasileia, conversando com alguns lojistas e eles dizendo que o movimento melhorou lá. Gente comprando produtos que são típicos das feiras, como botas, chapéus, cintos, enfim, acessórios e justamente pela feira que está ocorrendo aqui. Então é um movimento que o Sebrae inclusive vai estar aqui fazendo todos esses levantamentos para expor no final, mas que ele vai além do município. Ele se estende aqui para o Peru, ele se estende para Brasileia, para a Epitaciolândia”.

Jerry: “Enfim, é o que eu sempre digo, os eventos eles forçam o dinheiro a circular e quando o dinheiro circula ele passa pela mão de muita gente”.

ContilNet: Você acredita que um evento como esse pode melhorar as relações entre os países da fronteira?

Jerry: “Nós fizemos um grande esforço para promover esse evento e dar grande visibilidade para ele. Também por esse momento que nós vivemos em relação a tudo que está acontecendo e as possibilidades que existem com essa ligação com o Peru que já é real, mas agora com os investimentos do governo chinês, com a possibilidade quase que concreta da construção de uma ferrovia passando aqui pelo Alto Acre, aqui pela nossa cidade e chamar a atenção das autoridades, chamar a atenção também da classe empresarial que é possível os pequenos municípios como Assis Brasil estarem inseridos nesse desenvolvimento que tanto a gente fala. Porque eu me preocupo quando vejo os acordos comerciais partirem de grandes centros e não levarem em consideração o povo que mora, que vive, que produz ao longo desse percurso”.

Jerry: “A gente infelizmente ainda vive um cenário aqui no estado do Acre em que os acordos comerciais, a compra e venda de produtos mais diversos possíveis já existem, mas outros estados estão fazendo aquilo que o Acre poderia estar oferecendo para o mercado consumidor. Eu cito vários exemplos, como a questão do peixe, que Rondônia, nosso estado vizinho, está vendendo para o Peru e poderíamos ser nós. Não que Rondônia não pudesse vender, até porque tem espaço para todos, mas não dá de ficar aqui vendo os produtos passarem”.

Jerry: “E aqui a gente ainda está na economia do contra-cheque, as pessoas dependendo da prefeitura, dependendo do estado, da folha de pagamento do estado, do município ou da transferência de renda dos programas sociais. Então, um evento dessa natureza chama a atenção também das autoridades para dizer que dá de produzir café na nossa região, dá de produzir milho, dá de criar porcos, dá de criar gado, tem como fornecer leite. Ou seja, nossa terra é abençoada, é próspera e tudo que a gente plantar e criar, nós vamos ver resultado”.

VEJA A PROGRAMAÇÃO:

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