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Estudo revela partículas nucleares com formato de… melancia!

Estudo revela partículas nucleares com formato de… melancia!

Uma equipe internacional de pesquisadores descobriu uma configuração incomum de partículas nucleares, que decaem ao expulsar prótons individuais. A descoberta do 188-astatine descreve interações nucleares nunca observadas, mas que podem ser a chave para a compreensão do comportamento de núcleos atômicos, afirma o ScienceAlert.

Com 85 prótons e 103 nêutrons, o núcleo atômico do 188-astatine é o átomo mais pesado a se desintegrar dessa forma, além de ser o isótopo mais leve do astato (At), que só ocorre na Terra como um “produto de decaimento de elementos mais pesados, e nunca por muito tempo”, explica a matéria.

Henna Kokkonen posa no Laboratório de Aceleradores da Universidade de Jyväskylä. Crédito: Tommi Sassi/Universidade de Jyväskylä

Átomo tem formato de melancia

O astato é considerado o elemento natural mais raro da Terra, porque todos os seus tipos (chamados isótopos) são instáveis e desaparecem rapidamente. Eles duram desde algumas horas até frações ínfimas de segundos, por isso estima-se que existe menos de 1 grama disponível em todo o planeta.

“A emissão de prótons é uma forma rara de decaimento radioativo”, explica Henna Kokkonen, pesquisadora da Universidade de Jyväskylä ao site ScyTechDaily, “onde o núcleo emite um próton para dar um passo em direção à estabilidade”.

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Esse é um processo incomum, já que, na maioria das vezes, os núcleos de átomos perdem partículas de outro jeito: liberando nêutrons e prótons juntos (como partículas alfa) ou emitindo elétrons e pósitrons (no chamado decaimento beta).

A equipe ainda não sabe por que o núcleo tem o formato de uma melancia, o que abre caminho para mais estudos. Crédito: ashok india/Shutterstock

Descobertas de isótopos são raras em todo o mundo, e está é a segunda vez que tenho a oportunidade de fazer parte dessa história.

Henna Kokkonen, pesquisadora da Universidade de Jyväskylä ao site ScyTechDaily.

Anteriormente, Kokkonen já havia descoberto o 190-astatino.

Dificuldades para estudar este tipo de partícula nuclear

Por sua breve existência, alta instabilidade e com decaimento rápido, o estudo desse tipo de isótopo só é possível por meio de métodos sofisticados para evocá-los e examiná-los, explica o ScienceAlert. Para realizar o estudo, Kokkonen e pesquisadores de vários países usaram o Laboratório de Aceleradores da Universidade de Jyväskylä.

Segundo o físico nuclear Kalle Auranen, da Universidade de Jyväskylä, o experimento foi feito disparando íons de estrôncio (⁸⁴Sr) contra um alvo de prata dentro do acelerador de partículas cíclotron.  Assim, provocaram colisões entre núcleos atômicos, fazendo com que se fundissem e formassem um núcleo instável. Esse núcleo, em seguida, libera partículas para tentar se tornar mais estável.

Um próton é ejetado de um núcleo de astato nesta ilustração de IA. Crédito: Universidade de Jyväskylä

Como os pesquisadores realizaram o estudo

Para os pesquisadores, o estudo pode lançar uma nova luz sobre os blocos de construção da matéria, gerando conhecimento fundamental sobre o Universo.

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