Cruzeiro do Sul concentra metade dos casos de malária no Acre e vira foco de pesquisa científica

O estudo, que já passou por Rondônia e Amazonas, é conduzido no Acre pela Universidade Federal do Acre (Ufac)

Cruzeiro do Sul, município do interior do Acre, tornou-se foco de intensas pesquisas científicas devido a sua elevada incidência anual de malária, a maior de todo o estado. Localizada a 635 quilômetros da capital, Rio Branco, a cidade concentra cerca de 50% dos casos da doença no Acre, tornando-se estratégica para ações de controle e eliminação.

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Pesquisadores explicam que o objetivo da investigação é compreender o contexto local da doença: Foto/ Reprodução

O estudo, que já passou por Rondônia e Amazonas, é conduzido no Acre pela Universidade Federal do Acre (Ufac), em parceria com a Fiocruz Rondônia e a Fiocruz Amazônia. A escolha de Cruzeiro do Sul se justifica pelo cenário epidemiológico crítico, especialmente em áreas rurais, onde a transmissão da malária se mostra mais intensa.

Pesquisadores explicam que o objetivo da investigação é compreender o contexto local da doença, identificar fatores que favorecem sua disseminação e avaliar a percepção da comunidade sobre os riscos e impactos da malária. Os dados coletados servirão de base para fortalecer políticas públicas e ações de prevenção na região.

O projeto é coordenado por Claudia Maria Rios Velásquez (Fiocruz Amazônia), Maisa Araújo (Fiocruz Rondônia) e Rodrigo Medeiros (Ufac). Espera-se que os resultados auxiliem na formulação de estratégias mais eficazes de vigilância e combate, reduzindo a transmissão e protegendo as populações mais vulneráveis.

A malária segue sendo um dos principais desafios de saúde pública na Amazônia, e Cruzeiro do Sul se destaca no Acre não apenas pelo volume de casos, mas também pela dificuldade de interromper o ciclo de transmissão em zonas rurais, onde o mosquito transmissor e as condições ambientais propiciam a persistência da doença.