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Séries brasileiras chegam ao Festival do Rio e estreiam nas telonas

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Séries brasileiras chegam ao Festival do Rio e estreiam nas telonas

O Festival do Rio abre as portas para um novo momento da produção audiovisual brasileira. Pela segunda vez, o evento amplia sua programação e dedica sessões de gala às séries nacionais, levando os primeiros episódios das produções às telonas.

O público poderá assistir gratuitamente a obras inéditas na sessão Première Brasil: Especial Séries Brasileiras, de 6 a 12 de outubro. Os ingressos individuais estarão disponíveis para compra a partir de 30 de setembro, no site Ingresso.com e nas bilheterias dos cinemas participantes.

A decisão do festival de exibir as séries representa uma mudança significativa na forma como essas narrativas chegam ao público. Durante décadas, a televisão foi o espaço natural para esse tipo de produção, que seguia modelos tradicionais de exibição em emissoras abertas. Com a chegada das plataformas de streaming, o formato se multiplicou e conquistou públicos mais segmentados. Agora, ao ocupar a tela do cinema, as séries podem conquistar um novo status dentro do audiovisual.

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Ângela Diniz: Assassinada e Condenada

Divulgação

O festival também explica o motivo de abrir espaço para séries nacionais. Segundo Ilda Santiago, diretora executiva do Festival do Rio, “as telas hoje são múltiplas e o foco agora é criar cada vez mais atrações para o público vir para a sala escura e também encontrar o talento brasileiro. As séries brasileiras reúnem uma qualidade e uma diversidade tão grande quanto o cinema. Dar ao público a chance de ver seus artistas favoritos em episódios de séries em tela grande é um privilégio.”

A estratégia valoriza o trabalho dos realizadores. Diretores, roteiristas e atores passam a ver seus projetos ganhando a legitimidade de um festival consagrado, que historicamente serviu de vitrine para filmes brasileiros premiados e aclamados.

Entre as atrações está Ângela Diniz: Assassinada e Condenada, produção da HBO Max dirigida por Andrucha Waddington. A série reconta a trajetória da socialite mineira Ângela Diniz, assassinada a tiros pelo então namorado Doca Street em 1976. O julgamento, marcado pelo uso da tese da legítima defesa da honra, virou um escândalo nacional e simbolizou a luta contra a violência de gênero no Brasil. Marjorie Estiano e Emílio Dantas vivem os protagonistas, ao lado de nomes como Antônio Fagundes, Thiago Lacerda e Camila Márdila.

Outra novidade é AYÔ, série que coloca no centro da trama a vida de um jovem negro, gay e artista em São Paulo. Escrita e estrelada por Lucas Oranmian, a obra acompanha as relações afetivas e profissionais do personagem-título, que enfrenta dilemas existenciais enquanto busca afirmação em uma sociedade marcada pelo racismo estrutural. O elenco reúne Breno Ferreira, Aretha Sadick, Caio Blat, Lázaro Ramos e outros nomes de peso.

A programação ainda inclui De Menor, da Tangerina Entretenimento, criada por Caru Alves de Souza. A proposta é ousada: cada episódio se constrói em um formato diferente para retratar audiências de adolescentes em conflito com a lei. O público poderá assistir no festival a dois capítulos distintos, um musical que transforma a sentença em duelo de rimas e um talk show que analisa o furto cometido por uma jovem em busca de aceitação. A série já teve estreia mundial no Festival de Berlim.

O circuito de estreias se completa com Tremembé, produção do Prime Video idealizada por Vera Egito. A trama transporta para a ficção os bastidores da penitenciária que abriga alguns dos condenados mais famosos do país. Personagens inspirados em Suzane von Richthofen, Anna Jatobá e Elize Matsunaga estão presentes na produção.

Futuro do festival

Em meio à atenção que as séries têm nessa edição do evento, a organização também comenta a possibilidade de criar uma mostra competitiva de séries nacionais:

“Mantemos nossa convicção de que o Troféu Redentor deve premiar o melhor do cinema brasileiro. Inclusive este ano criamos o prêmio de figurino para celebrar mais profissionais. O mundo do audiovisual muda profundamente a cada ano e temos visto o gosto do público evoluindo e mudando muito. O Festival do Rio deve ser uma expressão dessas transformações. O público nos guia e nos dirá se essa for uma direção interessante a tomar.”

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