Especialista afirma que ferramentas como ChatGPT e Claude remodelam como os alunos entendem criatividade, conhecimento e expertise

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Ferramentas como ChatGPT, Claude e Gemini já fazem parte do cotidiano de alunos e professores em diferentes níveis de ensino.

Segundo relatório da Anthropic, quase 40% das interações estudantis envolvem a criação de conteúdos educacionais, enquanto 34% buscam explicações ou soluções prontas para tarefas acadêmicas.

Grande parte das discussões em escolas e universidades tem se concentrado em questões imediatas, como plágio, formato de avaliações e impacto no mercado de trabalho.

No entanto, como alerta Kimberley Hardcastle, professora assistente de Negócios e Marketing da Universidade de Northumbria, em Newcastle, há algo mais profundo em jogo: “Estamos negligenciando como a IA generativa está mudando fundamentalmente nossa relação com o conhecimento — como o produzimos, entendemos e utilizamos.”

Treinamento IA
A IA generativa terá uma grande influência sobre o futuro da aprendizagem (Imagem: NicoElNino/Shutterstock)

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Riscos do uso de IA por alunos

  • Hardcastle explica que a chamada epistemologia da IA exige novas reflexões sobre o que é pensamento original e o que é pensamento assistido.
  • “Essas ferramentas permitem resultados sofisticados sem a jornada cognitiva que tradicionalmente levava ao aprendizado profundo”, afirma.
  • Isso desafia séculos de práticas educacionais baseadas na transmissão de conhecimento humano.
Professora defende que educadores, e não empresas de tecnologia, devem guiar a transformação da educação com IA (Imagem: Gorodenkoff/Shutterstock)

Para a pesquisadora, a IA generativa torna os alunos cocriadores de conhecimento, mas também pode gerar “codestruição” quando interesses de alunos, educadores e empresas de tecnologia entram em conflito.

“Quando a IA ajuda a compreender conceitos, cria valor.Quando permite atalhos que ignoram o aprendizado, destrói valor”, resume.

Ela destaca ainda que o risco não é apenas pedagógico, mas estrutural: “Se um punhado de empresas controla os principais meios de produção de conhecimento, controlará também como entendemos o mundo.”

Futuro da aprendizagem

A educadora defende que sejam os professores — e não os interesses comerciais — a guiar essa transformação. “A IA generativa não é apenas uma calculadora sofisticada; ela remodela a forma como entendemos o próprio conhecimento”, conclui.

A IA está formando o pensamento crítico de alunos, e saber conduzir o uso da ferramenta em escolas e universidades pode ser crucial (Imagem: Ground Picture/Shutterstock)

O texto original sobre o tema foi publicado no The Conversation.

Colaboração para o Olhar Digital

Leandro Criscuolo é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Já atuou como copywriter, analista de marketing digital e gestor de redes sociais. Atualmente, escreve para o Olhar Digital.