No 1º dia, Fachin já marca sessão extra para julgar composição da Câmara

STF vai decidir se referenda liminar de Fux que adia mudanças para 2030

Em um dos primeiros atos como presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), o ministro Edson Fachin marcou para esta terça-feira (30) uma sessão extraordinária virtual para julgar a ação sobre mudanças na composição da Câmara dos Deputados.

Os ministros vão decidir se referendam a liminar do ministro Luiz Fux que, nesta segunda, estabeleceu que a readequação das bancadas ao Censo de 2022 – com o possível aumento do número de parlamentares – só valha a partir das eleições de 2030.

Ministro Edson Fachin/Foto: Reprodução

A decisão de Fux atende a pedido do presidente do Congresso Nacional, senador Davi Alcolumbre (União-AP).

Ele afirmou que o veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao projeto que aumenta o número se deputados segue pendente de apreciação – o que impediria a aplicação das novas regras para 2026.

Fux deu razão a Alcolumbre. Ele observou que o processo legislativo sobre o tema não se encerrou no Congresso Nacional e que, a pouco mais de um ano das eleições gerais, é preciso ter “clareza quanto ao número de assentos destinados a cada Estado”, para que não haja insegurança jurídica.

“Fica mantido, para as eleições de 2026, o mesmo número de vagas da Câmara dos Deputados para os Estados e o Distrito Federal das eleições de 2022, sem redefinição do número de vagas por unidades da federação, mantendo-se a atual proporcionalidade da representação”.

Em agosto de 2023, o STF considerou que a atual distribuição de cadeiras na Câmara estava defasada em relação à população de cada unidade federativa – e determinou que o Censo de 2022 balizasse esse cálculo para as eleições do próximo ano.

Se o Congresso levasse em conta o número atual de 513 deputados, sete Estados perderiam cadeiras e outros sete ganhariam, segundo projeções do Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar). O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), propôs então aumentar o número de cadeiras para 531.

O assunto virou um impasse entre os Poderes. Câmara e Senado aprovaram a medida, mas Lula vetou, pressionado pela impopularidade do tema junto à opinião pública. Enquanto isso, bancadas partidárias na Câmara se movimentam para derrubar o veto presidencial.