Delegado critica liberação de motorista do acidente que matou três na Via Verde: “Não foi correto”

O episódio havia gerado questionamentos sobre a conduta dos policiais rodoviários federais e suspeitas de favorecimento

O delegado Karlesso Nespoli comentou, em coletiva de imprensa nesta terça-feira (30), sobre a liberação do motorista Talysson Duarte no dia do grave acidente ocorrido na Terceira Ponte, em Rio Branco, envolvendo uma caminhonete e três motocicletas. O episódio havia gerado questionamentos sobre a conduta dos policiais rodoviários federais e suspeitas de favorecimento.

Delegado é um dos responsáveis pelo inquérito do acidente/Foto: ContilNet

Ao ser questionado se considerava correta a liberação do motorista, Nespoli respondeu:

“Não vi como correta essa conduta. O rapaz deveria ter sido conduzido e lá o delegado de plantão deveria ter feito as oitivas e acompanhado o caso. Depois, devido ao fato de ele ter ficado no local, poderia ser liberado, pois a lei manda liberar quem não foge do local. Ao meu ponto de vista, a ação não foi correta, mas isso não prejudicou a obtenção dos dados da investigação.”

O delegado reforçou ainda que não há qualquer indício de favorecimento:

“Não há nenhum tipo de informação ou testemunho de que essa pessoa tinha alguma ligação com a PRF, com o policial, com político ou qualquer outra pessoa. Os PRFs entenderam que a lei não prevê prisão em flagrante para quem permanece no local. Na prática, se ele fosse conduzido, seria ouvido pelo delegado plantonista e liberado da mesma forma.”

Segundo Nespoli, a investigação não foi comprometida e Talysson já foi indiciado por homicídio doloso, sem intenção de matar. A polícia agora aguarda o andamento do processo junto ao Ministério Público e ao Poder Judiciário.