Produto foi criado a partir de uma espécie de planta nativa da Amazônia e Mata Atlântica, mas que pode ser encontrada em todo o Brasil

Imagem: marevgenna/Shutterstock

Pesquisadores da Unicamp descobriram que uma planta de coloração avermelhada tem propriedades antioxidantes impressionantes. A partir deste conhecimento, desenvolveram um gel que possibilita a cicatrização de feridas de forma muito rápida.

Popularmente conhecida como “chica”, a Fridericia chica tem uma ação até duas vezes mais rápida do que o laser utilizado para este fim. A espécie é nativa da Amazônia e Mata Atlântica, mas pode ser encontrada em todo o Brasil.

Resultados dos testes são impressionantes

  • De acordo com informações do G1, o gel vem sendo testado em pacientes com câncer porque os tratamentos de quimioterapia ou radioterapia podem gerar grandes feridas na cavidade interna da boca.
  • A lesão aumenta o risco de infecções locais ou que podem se espalhar pelo corpo, levando à diminuição da qualidade de vida dos pacientes, prolongando a hospitalização e até levando à morte.
  • Os experimentos começaram no ano passado.
  • No geral, a ação do gel tem sido ao menos duas vezes mais rápida do que o tratamento convencional feito com laser, que chega a durar 15 dias.
  • Os pesquisadores ainda destacam que, em alguns casos, pacientes conseguiram ter as feridas curadas em apenas dois dias.
Pesquisadora mostra planta usada para desenvolver o gel (Imagem: Pedro Amatuzzi/Inova Unicamp)

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Gel também tem efeito anestésico

Para desenvolver o gel, cientistas coletaram as folhas de todos os cantos do Brasil. Após, elas foram plantadas sob as mesmas condições e seu comportamento foi estudado mês a mês. Este trabalho revelou que aquela que produzia maior teor de antocianinas, que dá à planta a cor vermelha, apresentava a maior propriedade antioxidante e anti-inflamatória.

Foi dessa forma que os pesquisadores passaram a oferecer o gel mucoadesivo em pequenos sachês. Além do efeito cicatrizante, o produto também tem um efeito anestésico, aliviando a dor dos pacientes. Outra vantagem é o gosto de chá preto.

Gel pode ser disponibilizado pelo SUS no futuro (Imagem: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

O objetivo da equipe agora é aumentar a escala de produção, beneficiando cada vez mais pessoas. Para isso, eles têm buscado parcerias com indústrias. Ao mesmo tempo, estão prospectando quem possa produzir a planta em maior escala.

Alessandro Di Lorenzo

Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.