Encravada no vale do Iaco, a cidade de Sena Madureira foi fundada em 25 de setembro de 1904, durante o primeiro ciclo da borracha, pelo general José Siqueira de Menezes. Seu nome homenageia um militar do Exército Brasileiro que lutou na Guerra do Paraguai e, segundo a história, era muito amigo de Siqueira de Menezes.
Anteriormente, aqui estavam estabelecidas as terras do seringal Santa Fé. “A chegada de Siqueira de Menezes nessa região foi uma verdadeira epopéia. De Boca do Acre para cá, ele e sua equipe enfrentaram muitas dificuldades de navegação, tendo que vencer vários obstáculos nos rios já que muitas vezes a embarcação ficava encalhada por conta do baixo nível das águas”, relembrou o professor Marcos Sampaio.
Ao chegar nessa região, o primeiro ponto de parada foi a comunidade Boca do Caeté. “Após se situar e acomodar sua equipe, Siqueira de Menezes designou alguns integrantes para fazer a limpeza do terreno e, finalmente, fundar o município. Com isso, foi construído um tapiri de 5 metros quadrados e no dia 25 de setembro de 1904 foi realizada a cerimônia que reuniu cerca de 200 pessoas. Na ocasião, foi lavrada uma ata constando efetivamente a fundação da cidade”, acrescentou.
O marco de fundação existe até hoje e fica localizado nas proximidades da antiga escola Siqueira de Menezes.
Sua formação populacional sofreu grande influência de pessoas vindas de outras regiões do Brasil, especialmente do Nordeste. Atraídos, à época, pela produção da borracha e fugindo de uma seca que teimava em não terminar, muitos cearenses se estabeleceram em terras de Sena Madureira, deixando por aqui seus descendentes.
Um deles é o senhor Joaquim Ferreira de Araújo, 81 anos de idade. Natural de Itapiúna (CE), chegou em Sena com 23 anos de idade e está há mais de 50 anos sem ver seus familiares. “Apesar desse distanciamento dos meus familiares, me sinto feliz em morar em Sena Madureira. É uma cidade bastante acolhedora”, comentou.
Já o pastor Celso Gregório de Lima é natural do Estado de Minas Gerais e mora há exatamente 31 anos no vale do Iaco. “Eu amo essa Terra e o seu povo. Volto para Minas Gerais somente pra passear”, declarou.
Em décadas passadas, Sena Madureira viveu o apogeu da borracha, se configurando como um dos maiores produtores do Acre. Nos rios Iaco, Caeté, Purus e Macauã, vários seringueiros atuavam e a produção abastecia o mercado internacional. “Podemos dizer que Sena vivenciou o apogeu da borracha. A movimentação era muito intensa. Infelizmente, com o passar dos tempos, houve a decadência e a maioria dos seringueiros abandonou suas colocações”, destacou Marcos Sampaio.
Em sua história mais recente, uma das obras considerada importantíssima é a ponte do Segundo Distrito, construída na gestão do governador Gladson Cameli. A ponte cruza o rio Iaco e tem 232 metros de extensão.
Reivindicada há anos, a travessia tirou definitivamente os moradores do bairro Segundo Distrito do isolamento.
Para comemorar os 121 anos, a Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Educação, irá promover o tradicional desfile das Escolas e Instituições na tarde desta quinta-feira na Avenida Avelino Chaves.