Sena Madureira, a princesinha do Yaco, completa 121 anos de fundação nesta quinta-feira

O marco de fundação da cidade existe até hoje e fica localizado nas proximidades da antiga escola Siqueira de Menezes

Encravada no vale do Iaco, a cidade de Sena Madureira foi fundada em 25 de setembro de 1904, durante o primeiro ciclo da borracha, pelo general José Siqueira de Menezes. Seu nome homenageia um militar do Exército Brasileiro que lutou na Guerra do Paraguai e, segundo a história, era muito amigo de Siqueira de Menezes.

Sena Madureira/Foto: Reprodução

Anteriormente, aqui estavam estabelecidas as terras do seringal Santa Fé. “A chegada de Siqueira de Menezes nessa região foi uma verdadeira epopéia. De Boca do Acre para cá, ele e sua equipe enfrentaram muitas dificuldades de navegação, tendo que vencer vários obstáculos nos rios já que muitas vezes a embarcação ficava encalhada por conta do baixo nível das águas”, relembrou o professor Marcos Sampaio.

Paróquia Nossa Senhora da Conceição, em Sena Madureira/Foto: Juan Diaz/ContilNet

Ao chegar nessa região, o primeiro ponto de parada foi a comunidade Boca do Caeté. “Após se situar e acomodar sua equipe, Siqueira de Menezes designou alguns integrantes para fazer a limpeza do terreno e, finalmente, fundar o município. Com isso, foi construído um tapiri de 5 metros quadrados e no dia 25 de setembro de 1904 foi realizada a cerimônia que reuniu cerca de 200 pessoas. Na ocasião, foi lavrada uma ata constando efetivamente a fundação da cidade”, acrescentou.

Sena completa 121 anos/Foto: Reprodução

O marco de fundação existe até hoje e fica localizado nas proximidades da antiga escola Siqueira de Menezes.

Sua formação populacional sofreu grande influência de pessoas vindas de outras regiões do Brasil, especialmente do Nordeste. Atraídos, à época, pela produção da borracha e fugindo de uma seca que teimava em não terminar, muitos cearenses se estabeleceram em terras de Sena Madureira, deixando por aqui seus descendentes.

Um deles é o senhor Joaquim Ferreira de Araújo, 81 anos de idade. Natural de Itapiúna (CE), chegou em Sena com 23 anos de idade e está há mais de 50 anos sem ver seus familiares. “Apesar desse distanciamento dos meus familiares, me sinto feliz em morar em Sena Madureira. É uma cidade bastante acolhedora”, comentou.

Já o pastor Celso Gregório de Lima é natural do Estado de Minas Gerais e mora há exatamente 31 anos no vale do Iaco. “Eu amo essa Terra e o seu povo. Volto para Minas Gerais somente pra passear”, declarou.

Pastor Celso em entrevista ao ContilNet/Foto: Reprodução

Em décadas passadas, Sena Madureira viveu o apogeu da borracha, se configurando como um dos maiores produtores do Acre. Nos rios Iaco, Caeté, Purus e Macauã, vários seringueiros atuavam e a produção abastecia o mercado internacional. “Podemos dizer que Sena vivenciou o apogeu da borracha. A movimentação era muito intensa. Infelizmente, com o passar dos tempos, houve a decadência e a maioria dos seringueiros abandonou suas colocações”, destacou Marcos Sampaio.

Em sua história mais recente, uma das obras considerada importantíssima é a ponte do Segundo Distrito, construída na gestão do governador Gladson Cameli. A ponte cruza o rio Iaco e tem 232 metros de extensão.

Prefeitura de Sena Madureira/Foto: Reprodução

Reivindicada há anos, a travessia tirou definitivamente os moradores do bairro Segundo Distrito do isolamento.

Para comemorar os 121 anos, a Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Educação, irá promover o tradicional desfile das Escolas e Instituições na tarde desta quinta-feira na Avenida Avelino Chaves.