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Pesquisadores da Ufac revelam novas espécies de carrapatos na Amazônia Ocidental

Dois pesquisadores do Colégio de Aplicação (CAp) da Universidade Federal do Acre (Ufac) conquistaram destaque internacional com a publicação de um artigo científico na revista Acta Tropica (vol. 270). Os estudiosos Simone Delgado Tojal e Dionatas Ulises de Oliveira Meneguetti participaram como coautores do trabalho.

Amblyomma crassum, espécie registrada anteriormente apenas na Colômbia: Foto/ Ilustrativa

A pesquisa trouxe novos registros de carrapatos na Amazônia Ocidental brasileira, revelando casos de infecções por riquétsias e apresentando evidências moleculares inéditas da espécie Amblyomma crassum em território nacional.

Realizado entre 2018 e 2022, o levantamento analisou carrapatos em diferentes fases: tanto aqueles presentes no ambiente quanto os encontrados parasitando anfíbios, répteis, aves e mamíferos em diversos municípios do Acre. Pela primeira vez no Brasil, foi descrita oficialmente a presença da espécie Amblyomma crassum, até então identificada apenas na Colômbia. O estudo também apontou o primeiro registro do gênero Haemaphysalis e da espécie Haemaphysalis juxtakochi no estado acreano.

A professora Simone Tojal, que conduziu a pesquisa durante o doutorado na Universidade Federal de São João del-Rei (MG), ressaltou a relevância dos resultados: “Estudar carrapatos tem sua importância porque, no Brasil, são vetores de agentes infecciosos, especialmente a bactéria Rickettsia rickettsii, causadora da febre maculosa brasileira. Foram detectadas relações inéditas entre espécies de carrapatos e espécies de aves. Uma das grandes lições é que pesquisas envolvendo vetores precisam ser feitas por equipes multidisciplinares, com foco na saúde animal, ambiental e humana”, explicou.

O professor Dionatas Meneguetti também reforçou a urgência de ampliar as investigações na região:
“A realização de pesquisas com carrapatos da Amazônia é fundamental para a vigilância epidemiológica e prevenção de doenças transmitidas por esses vetores. Muitas áreas do Acre ainda permanecem silenciosas devido à falta de levantamentos”, destacou.

Segundo os pesquisadores, novos artigos estão em andamento, trazendo resultados adicionais que devem expandir o conhecimento sobre a diversidade de carrapatos no Acre e os riscos que representam à saúde pública.

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