Olhar Digital > Pro > Hidrogênio verde é esperança para futuro energético sustentável

Obtido a partir de fontes limpas de energia, o hidrogênio verde é uma opção abundante e que oferece baixo impacto ambiental

(Imagem: chayanuphol/Shutterstock)

Num mundo cada vez mais conectado, e com a popularização da inteligência artificial, a demanda por energia não para de crescer. Estima-se que o consumo global aumente cerca de 56% até 2040 em relação a 2010.

Este cenário gera um enorme desafio: reduzir a exploração de combustíveis fósseis e focar em alternativas sustentáveis. Uma das soluções mais promissoras nesta sentido é o chamado hidrogênio verde, opção abundante e que oferece um baixo impacto ambiental.

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Data centers de IA estão aumentando demanda por energia (Imagem: Oselote/iStock)

Vantagens do hidrogênio verde

  • Em artigo publicado no The Conversation, Vitor Francisco Ferreira, professor da Universidade Federal Fluminense (UFF), afirma que o hidrogênio já é considerado uma alternativa aos combustíveis fósseis.
  • Na verdade, ele é apontado como o combustível limpo do futuro.
  • Por ser atóxico, versátil e com elevada densidade energética, se destaca frente a opções como o metano e a gasolina.
  • Apesar de seu caráter inflamável, evidenciado no desastre do dirigível Hindenburg, em 1937, a densidade do hidrogênio inferior à do ar faz com que ele se dissipe rapidamente em caso de vazamentos, reduzindo o risco de explosões.
  • Além disso, embora escasso na atmosfera, é abundante no subsolo, dissolvido em águas subterrâneas ou presente em rochas, muitas vezes misturado com outros gases, como o metano.

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hidrogênio verde
Hidrogênio verde é obtido por eletrólise da água (Imagem: MT.PHOTOSTOCK/Shutterstock)

Aliado contra as mudanças climáticas

Segundo o especialista, o grande diferencial do hidrogênio é sua capacidade de redesenhar a economia energética global. Sua utilização pode reduzir significativamente os gases do efeito estufa e ajudar a conter os efeitos extremos das mudanças climáticas. Com emissão zero de carbono, o hidrogênio é promissor para setores difíceis de descarbonizar, como transporte pesado, indústrias químicas e produção de fertilizantes. Seu uso também pode contribuir para reduzir a disseminação de doenças relacionadas à poluição, o derretimento de geleiras e o descongelamento do permafrost.

Do ponto de vista químico, o hidrogênio é um gás incolor, inodoro e insípido. Quando queimado com oxigênio, seu único subproduto é a água, o que o torna ecologicamente seguro. Seu poder calorífico é extremamente alto: 1 kg de hidrogênio gera cerca de 141.600 kJ, o que equivale a quase três vezes a energia contida em 1 kg de gasolina. Contudo, seu armazenamento exige cuidado. Devido à baixa densidade, necessita tanques de alta pressão e infraestrutura especializada, o que representa um dos grandes desafios técnicos da sua adoção em larga escala.

Vitor Francisco Ferreira, professor da UFF

Contraste entre planeta, animais e emissões de fumaças
Popularização do hidrogênio verde reduziria as emissões de gases de efeito estufa (Image: Quality Stock Arts/Shutterstock)

O hidrogênio verde é obtido por eletrólise da água, utilizando fontes limpas de energia (solar, eólica, nuclear, etc.), e não emite CO₂ em seu processo de produção. Por isso, é apontado como a alternativa mais promissora para um futuro energético sustentável. No entanto, existem alguns obstáculos.

Apesar de seus inúmeros benefícios, a produção de hidrogênio verde ainda enfrenta entraves econômicos e tecnológicos. Os altos custos da eletrólise, a necessidade de grandes volumes de energia limpa e a falta de infraestrutura de transporte e armazenamento são os principais obstáculos. Ainda assim, o hidrogênio é leve, facilmente armazenável, versátil e eficiente na geração de eletricidade e calor, sem produzir emissões diretas de poluentes.

Vitor Francisco Ferreira, professor da UFF

Alessandro Di Lorenzo

Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.