Fenômeno conhecido como “Blob” matou quatro milhões de animais com onda de calor entre 2014 e 2016

(Imagem: Olga.Yasyuk / Shutterstock.com)

Uma onda de calor marinha que quase dizimou uma espécie de ave do Oceano Pacífico pode estar de volta, apontam cientistas. O fenômeno conhecido como “Blob” (ou “Bolha”, em português) matou quatro milhões de airos-comuns entre 2014 e 2016, se estendendo pelo nordeste do Pacífico. 

Entenda:

  • Uma onda de calor marinha conhecida como “Blob” pode estar de volta em proporções ainda maiores;
  • O fenômeno foi registrado entre 2014 e 2016 no nordeste do Pacífico, e causou a morte de quatro milhões de airos-comuns na época;
  • Agora, a extensão da bolha de calor é ainda maior, percorrendo cerca de 8.000 quilômetros da costa oeste dos Estados Unidos até o Japão;
  • A massa de água quente pode afetar gravemente os ecossistemas marinhos, fazendo com que colônias inteiras de animais morram de fome.
Sol acima do mar
Onda de calor do Pacífico voltou com proporções ainda maiores. (Imagem: stockelements/Shutterstock)

Dados do Copernicus, programa de mudanças climáticas da União Europeia, revelam que a temperatura média da superfície do Pacífico chegou a 20,82 °C em agosto deste ano – terceira maior para o mês desde o fim do século XIX e apenas 0,16 °C abaixo de um antigo recorde registrado em agosto de 2023.

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Fenômeno aumenta a temperatura dos oceanos. (Imagem: Quality Stock Arts/Shutterstock)

Desta vez, as análises mostram que a onda de calor se estende por um território ainda maior: cerca de 8.000 quilômetros, indo desde a costa oeste dos Estados Unidos até o Japão, aponta a CNN. Para se ter uma ideia, o fenômeno de 2014 cobriu cerca de 1.600 quilômetros, do Mar de Bering até o Golfo do Alasca.

O Serviço Nacional de Parques dos EUA explica que o fenômeno é causado por uma mistura de “temperaturas do ar mais quentes (que aquecem a superfície do oceano), mudanças nos padrões de velocidade, direção e duração do vento (o vento ajuda a misturar o oceano e traz água fria das profundezas) e a massa persistente de água mais quente ao longo do equador conhecida como ENSO [El Niño-Oscilação do Sul]”.

Onda de calor ameaça vida marinha

Onda de calor do Pacífico quase dizimou airos-comuns. (Imagem: Robin Corcoran/USFWS)

A bolha de calor marinha de 2014 chegou a ser apontada como o maior caso de morte em massa de uma única espécie na era moderna. Um ano após o início do evento, em 2015, a cadeia alimentar de vários animais já havia sido gravemente impactada, e colônias inteiras de airo-comum (Uria aalge) começaram a ficar sem comida.

As aves que não morriam de fome acabavam fracas demais para se reproduzir, e o resultado beirou a extinção total da espécie: 62 mil aves mortas em um único ano e 4 milhões durante todo o período da Bolha.

Colaboração para o Olhar Digital

Ana Julia Pilato é formada em Jornalismo pela Universidade São Judas (USJT). Já trabalhou como copywriter e social media. Tem dois gatos e adora filmes, séries, ciência e crochê.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.