Data centers massivos consomem energia de “pequenas cidades” e podem forçar alta de tarifas e aumento da poluição

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O crescimento acelerado da inteligência artificial e o seu elevado consumo de energia já está mudando o sistema elétrico dos EUA, como mostra uma matéria do The Verge.

Empresas de tecnologia estão exigindo quantidades recordes de eletricidade para treinar e executar modelos de IA, levando concessionárias a planejar novas usinas a gás e gasodutos – decisões que podem gerar mais poluição e tarifas mais altas para a população.

Investimentos bilionários em infraestrutura elétrica podem deixar ativos ociosos e contas mais caras – Imagem: urbans/Shutterstock

Demanda explosiva e risco de superestimação

  • Antes do boom da IA, o consumo de energia estava estável havia mais de uma década, mas os novos data centers consomem até 10 vezes mais eletricidade por rack de servidores do que os tradicionais.
  • “Estamos vendo a energia de uma pequena cidade sendo implantada”, disse Dan Thompson, da S&P Global.
  • No entanto, relatórios indicam que concessionárias podem estar superestimando a demanda de três a cinco vezes, já que desenvolvedores solicitam conexão à rede antes mesmo de garantir financiamento ou clientes.
  • Essa corrida especulativa pode deixar o país com infraestrutura ociosa – e consumidores pagando a conta.

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Especialistas alertam para “bolha energética” da IA (Imagem: Shutter2U/iStock)

Se todos os projetos de novas usinas a gás saírem do papel, a frota de termelétricas do país pode crescer quase um terço, colidindo com a meta de energia 100% limpa até 2035.

Algumas propostas são enormes: um novo data center da Meta na Louisiana consumiria eletricidade equivalente a 1,5 milhão de casas e emitiria 100 milhões de toneladas de CO₂ em 15 anos.

Caminhos para reduzir o impacto

Um relatório do Sierra Club e da As You Sow recomenda medidas para limitar riscos, como exigir maior transparência dos desenvolvedores, contratos de longo prazo e depósitos não reembolsáveis.

Empresas de tecnologia também podem mitigar danos investindo mais em energia renovável e em eficiência energética.

“O boom da IA oferece oportunidades empolgantes, mas é preciso uma resposta deliberada que considere os impactos de longo prazo”, alerta Kelly Poole, principal autora do estudo.

Expansão de data centers de IA nos EUA colide com metas climáticas – Imagem: Morozov Alexey/Shutterstock

Colaboração para o Olhar Digital

Leandro Criscuolo é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Já atuou como copywriter, analista de marketing digital e gestor de redes sociais. Atualmente, escreve para o Olhar Digital.

Editor(a) SEO

Layse Ventura é jornalista (Uerj), mestre em Engenharia e Gestão do Conhecimento (Ufsc) e pós-graduada em BI (Conquer). Acumula quase 20 anos de experiência como repórter, copywriter e SEO.